MEU
MUNDO CAIU
O
CASAMENTO
CAPÍTULO
UM
Celina acordou muito cedo, ainda estava
escuro quando levantou-se e foi até a cozinha. Enquanto passava o café pelo
coador pensava que aquele seria seu último dia de solteira; precisava vive-lo
intensamente. Sua mãe ouviu barulho e levantou-se; mãe e filha sentaram–se para
tomar o café enquanto falavam sobre a importância daquele dia.
Elza
dizia para a filha que aquele seria um dia mágico, onde ela e Fernando seriam
os atores principais. Era um dia que ela nunca apagaria da memória, acontecesse
o que fosse, aquele sempre seria lembrado como sendo o dia de seu casamento. Um
marco em sua vida, o casal seria o foco de todos os olhares para elogios e
críticas também.
O
salão paroquial já estava todo enfeitado com flores de diversos tons de
amarelo. A noiva queria que a sua festa de casamento fosse alegre, com música e
muita dança. O buffet chegaria logo após o almoço e quando o sino da Matriz
tocasse cinco badaladas, ela subiria as escadas para realizar seu grande sonho
de amor, casar-se com Fernando.
Enquanto a moça tomava banho para se preparar
para o casamento no cartório civil ela pensava em como fora difícil
conquista-lo. Algumas de suas amigas faziam questão de se insinuar e dar em
cima do rapaz. A Leila chegou a namorá-lo e atualmente as duas moças nem se
falavam mais. Entre muitas fofocas e desavenças ela e Fernando começaram a
namorar. E, depois de três anos de idas e vindas o casal de namorados resolveu
casar-se.
Formavam um bonito casal, ele
trabalhava no Banco do Brasil e ela na Escola Municipal, era professora
primária. O apartamento estava mobiliado e parecia que o convívio se daria com
muita cumplicidade e consequentemente seriam felizes.
Celina estava bonita em seu vestido azul de
seda, que realçava seus cabelos negros. Fernando estava bem vestido em seu
traje social e quando se encontraram no cartório, o noivo a beijou com
satisfação. Era evidente que estavam apaixonados. Em seguida, cada um foi para
sua casa, onde haveria um almoço para os padrinhos, entretanto, os dois só
iriam se encontrar as dezessete horas na entrada da Igreja.
O dia de Celina voava e, logo após o almoço
chegou a maquiadora para prepara-la para as bodas. Arrumar o cabelo a maquiagem
e por último o vestido que estava disposto sobre a cama. A mãe e uma prima
estavam à disposição para ajudar no que fosse preciso; queriam que tudo saísse
perfeito.
Na
hora combinada, a Igreja estava cheia de parentes, convidados e os pais e
padrinhos faziam fundo para o noivo, que estava impaciente aguardando a moça. A
porta da nave principal foi aberta, o coro de vozes da Igreja começou a tocar e
a noiva, deslumbrante, adentrou ao recinto acompanhada de seu pai e duas
daminhas de honra; tudo em grande estilo.
Fernando recebeu Celina com um
beijo na testa, em seguida ajoelharam–se diante do altar. A cerimônia corria
normalmente e quando o padre pediu que ficassem em pé para o juramento final,
Fernando levantou-se, cambaleou e caiu sobre o vestido de Celina. Foi levantado
pelos padrinhos e depois de algum tempo na Sacristia, conseguiu voltar ao lugar
de origem e dizer o tão esperado sim.
O novo casal permaneceu durante
algum tempo na festa, porém, Fernando ficou sentado, estava pálido, parecia que
iria desmaiar a qualquer momento. Saíram dali diretamente para o Pronto Socorro
mais próximo do local. Durante o trajeto o rapaz começou a convulsionar, para desespero da
recém-casada.
Um
texto de Eva Ibrahim.
Continua
na próxima semana.