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quarta-feira, 14 de março de 2018

"VIDA CIGANA"...LONGE DE VOCÊ, LONGE DO SEU CARINHO E DO SEU OLHAR, QUE ME ACOMPANHA JÁ TEM MUITO TEMPO. PENSO EM VOCÊ A CADA MOMENTO. SOU ÁGUA DE RIO QUE VAI PARA O MAR..." - "RAÇA NEGRA" COMPOSITOR: GERALDO ESPINDOLA.

INSPIRAÇÃO

CAPÍTULO SETE
      Os meses foram passando e Serena foi ganhando peso. Cada dia descobria uma emoção diferente, sentia-se plena como mulher. O pequeno ser crescia forte em seu ventre, modificando seu corpo e deixando-a mais e mais apaixonada pela criança. Ela não via a hora de pegar seu bebê nos braços.

         A gestante já estava com o enxoval da filha praticamente pronto. Ela e sua mãe trataram de comprar todas as coisas, que um recém-nascido poderia precisar. O berço e o carrinho foram presentes dos avós paternos.

         Vitor não se conformava em não poder participar da gestação da filha. Mas, foi a carreira que escolheu, então, nada tinha a reclamar. Além do que, amava o que fazia e não poderia imaginar como seria sua vida fora do exército.

       Serena mandava fotos para ele acompanhar o desenvolvimento da bebezinha. Vitor tinha um verdadeiro álbum de fotografias, que ficava olhando todas as noites. Eram fotos da barriga de Serena, que crescia volumosa a cada mês. Mesmo estando longe, formaram uma família, onde havia muito amor para ser usufruído juntos.

          Depois de muitas conversas e pesquisas chegaram a um acordo, a filha receberia o nome de Cristal. Uma pedra preciosa que surgira como um presente de Deus. Uma inspiração para a vida dos dois e a consolidação do amor, que sentiam um pelo outro.

          A gestação foi tranquila, um pré-natal impecável. Serena chegou a trinta e nove semanas, estava pesada, com os pés inchados e uma leve, mas persistente dor lombar. O médico dissera que o bebê estava pesando em seu ventre, por isso ela sentia dores nas costas.

Na quinta feira da primeira semana de dezembro, Serena não conseguiu dormir, pois passara a noite no banheiro, estava com diarreia. Ligou para o médico e ele disse que poderia ser um sinal de que seu corpo se preparava para o parto.  Disse também, que deveria se hidratar bastante e manter repouso; era hora de observar e manter a calma.

Serena já estava usufruindo da licença maternidade e com as malas prontas para seguir para o hospital, assim que começassem as contrações. Na sexta feira a noite, ela acordou toda molhada e sua cama estava com um cheiro diferente. Ficou assustada, então levantou-se e foi chamar sua mãe. Esta ao verificar o ocorrido  assustou-se e exclamou:

 - É a bolsa das águas que estourou, está na hora de irmos para o hospital.

Porém, a moça sentia-se suja com todo aquele líquido escorrendo por suas pernas e entrou embaixo do chuveiro, precisava tomar banho. No entanto, sua mãe ficou pedindo para ela sair, tinha medo que o bebê nascesse no banheiro. Ela queria proteger a filha, ainda mais que o pai da criança estava tão longe e nada poderia fazer.

             A futura mamãe com uma toalha no meio das pernas andava igual a um robô, a água continuava a escorrer por suas pernas. Sua mãe apanhou as malas e ela se encarregou da bolsa com os documentos. Antes de sair, olhou para o berço e com um suspiro desejou estar de volta com sua filha nos braços.

          O pai tirou o automóvel e estacionou em frente à casa para leva-las ao hospital. Mas já avisara, que ele ficaria do lado de fora do hospital, tinha pressão alta e não poderia se emocionar. Enquanto as duas mulheres tomavam assento, o pai olhou no relógio e exclamou:    
                 
          - São cinco horas da manhã, este será um longo dia. Espero que minha neta nasça logo, para podermos relaxar um pouco. Estavam muito tensos, era inevitável.
Um texto de Eva Ibrahim

MEU MUNDO REINVENTADO.

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