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sexta-feira, 30 de setembro de 2016

"AINDA QUE HAJA NOITE NO CORAÇÃO, VALE A PENA SORRIR PARA QUE HAJA ESTRELAS NA ESCURIDÃO". AUTOR DESCONHECIDO.

UMA LUTA DIÁRIA
CAPÍTULO SEIS

           A mãe, então, tratou de marcar um médico endocrinologista o mais rápido possível, pois temia que Valentina desistisse da ideia. As duas foram ao médico, que educadamente explicou que precisava de exames de sangue para iniciar qualquer tratamento. Mãe e filha foram ao laboratório para colher o sangue da menina e, depois esperar que os exames ficassem prontos para levar ao médico.

             Finalmente estavam com os exames nas mãos e diante do médico endocrinologista. Ele explicou que devido à pouca idade de Valentina, iniciariam o regime com uma reeducação alimentar, onde toda a família deveria estar envolvida. Se quisessem obter êxito na reeducação alimentar da menina, deveriam se comprometer a evitar doces e massas nas refeições.

           O irmão e a irmã da menina protestaram, pois, eram magros e teriam que acompanhar o regime da irmã? Clara chamou os dois para uma conversa.

          – A irmã de vocês está com problemas e toda a família terá que colaborar para ajudá-la a emagrecer; é uma questão de vida ou morte. Enfatizou a mãe para os filhos contrariados, que saíram resmungando contra a situação estabelecida.

         - O cardápio é verde, parece um pasto, muito mato e grãos, dizia Celso inconformado.

         - Pouca carne e massas; de sobremesa frutas e nenhum doce, logo seremos apenas ossos. Choramingava a irmã mais velha, que tinha o corpo com as medidas perfeitas.

         Clara ficava nervosa por ver que os irmãos ironizavam a situação de Valentina, que lhe inspirava cuidados.

        Aos poucos todos se acostumaram ao novo cardápio; Ana e Celso comiam lanches fora de casa e assim, pararam de reclamar. Valentina perdeu quatro quilos em um mês, no entanto, mal dava para se notar. A menina voltou da consulta médica desanimada.

           – Tanto sacrifício com poucos resultados, não quero mais fazer regime. Dizia Valentina choramingando.

          No entanto, Clara e Rui não deixavam que ela desistisse, davam duro para ela manter o regime, com muita conversa e promessas de presentes e passeios. O Ferrugem deixou a bicicleta de lado para a amiga não ficar chateada.

          E, assim a menina emagreceu até chegar aos cento e dez quilos, daí não conseguiu emagrecer mais nada. O médico disse que somente a cirurgia conseguiria deixa-la magra, mas teriam que manter o regime até ela ter idade para fazer a intervenção cirúrgica.

         Foi uma luta diária que durou alguns anos. Clara e a família sofreram até Valentina chegar aos vinte e um anos. Uma moça obesa, arisca, introspectiva, que só gostava do amigo Ferrugem. Ele tornou-se um jovem alto, forte e de cabelos encaracolados da cor da ferrugem. Os dois não se largavam e todos perguntavam quando seria o casamento, então, desconversavam e saiam emburrados.

Valentina mantinha o peso entre cento e vinte e cento e trinta quilos e, já tinha indicação de cirurgia.

Um texto de Eva Ibrahim. Continua na próxima semana.
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