MOSTRAR VISUALIZAÇÕES DE PÁGINAS

sábado, 11 de março de 2017

"SE UM DIA A RAZÃO TE PEDIR PARA DESISTIR E O CORAÇÃO TE MANDAR LUTAR, ENTÃO, LUTE. POIS, NÃO É A RAZÃO QUE BATE PARA VOCÊ VIVER E SIM O CORAÇÃO". C, MENEZES

OLHOS VERMELHOS
CAPÍTULO OITO
          Marília abriu a carta e leu que deveria se apresentar com documentos em lugar e hora determinados para assumir seu cargo. Ela sonhara com aquele momento e precisava do emprego mais que tudo em sua vida, tinha dois filhos para criar, então, ela desabou.

      Chorou muito, até seus olhos ficarem inchados, depois foi tomar banho; queria lavar a alma para se livrar de tantas angustias passadas. Encerrar aquele capítulo triste de sua vida e iniciar outro menos sofrido.

             As crianças chegaram da escola e encontraram uma mãe mais alegre, cheia de planos para o futuro. Estava arrumando os documentos e planejando como faria para cuidar da casa, das crianças e trabalhar. Sentia-se pronta para lutar, uma verdadeira leoa para defender sua casa e seus filhotes.

             Enquanto mexia em seus documentos encontrou uma foto de seu casamento, um dia feliz, cheio de sonhos de amor e agora implorava a Deus para afastar o marido dali.

           – Que ironia! O amor não é eterno se não for cultivado com amizade e respeito, pensou a moça entre lágrimas.

           Com os olhos vermelhos de tanto chorar guardou a foto e lembrou-se do ditado que a fizera estudar até a exaustão. “Colhemos, infalivelmente, resultados proporcionais aos nossos esforços”. Sim, Marília sentia-se abençoada com um emprego fixo tão almejado por muita gente; funcionária pública. Estava feliz pela conquista, mas uma nostalgia pelo passado a deixava triste.

          Ela sabia que sua vida seria difícil, porém, com um futuro que dependia somente dela; não se submeteria mais as exigências de um marido alcoólatra.

No entanto, demorou alguns dias para ela escolher aonde iria trabalhar. Finalmente o grande dia chegou, fora empossada em caráter experimental, mas faria tudo para passar na experiência. Iria trabalhar em um Posto de Saúde e estava muito feliz com o novo emprego. Começava ali uma nova vida para Marília, que acreditou em um ditado popular e se esforçou ao máximo para passar no exame.

             Seu primeiro dia de trabalho terminou e na volta para casa ela entrou na Igreja para agradecer a Deus pelo futuro promissor. E, quando saiu tinha os olhos vermelhos de tanto chorar, mas era um choro de alegria.

           O importante era o fato de ela ter resistido ao vendaval que assolara sua vida. Sendo assim, ela seguiria em frente com o que o vento não levou ou ela não deixou que levasse. Estava íntegra, permanecera dígna e segura para viver sua vida.

Um texto de Eva Ibrahim
MEU MUNDO REINVENTADO.

UM BLOG PARA POSTAR CONTOS CURTOS E EM CAPÍTULOS.