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quarta-feira, 28 de agosto de 2019

"BORBULHAS DE AMOR" CANTOR: FAGNER- "TENHO UM CORAÇÃO DIVIDIDO ENTRE A ESPERANÇA E A RAZÃO, TENHO UM CORAÇÃO BEM MELHOR QUE NÃO TIVERA. ESSE CORAÇÃO NÃO CONSEGUE SE CONTER AO OUVIR TUA VOZ, POBRE CORAÇÃO SEMPRE ESCRAVO DA TERNURA." (...) COMPOSITORES: JUAN LUIS GUERRA / JOSÉ DE RIBAMAR FERREIRA

ESPELHO ENCANTADO

A VIAGEM
CAPÍTULO UM
            Rodolfo levantou-se cedo e correu para o banheiro, estava atrasado. A noite fora cheia de insônias, pequenos cochilos e sobressaltos contínuos. Ele estava ansioso e não conseguia relaxar. Tomou um gole de suco, que estava na geladeira, apanhou um pedaço de pão de forma e desceu as escadarias do prédio correndo, pois o Uber já o estava aguardando. Entrou no automóvel comendo o pão, enquanto o motorista guardava sua bagagem no porta malas.

                O rapaz morava em Juiz de Fora e o aeroporto da Zona da Mata distava dali uma hora ou mais, temia perder o seu voo para Manaus. Esta viagem era um sonho antigo, de viajar de barco nas águas do Amazonas. Estava de férias e havia comprado uma passagem de Manaus a Parintins. Seu sonho ia mais além, queria assistir ao duelo dos bumbás, Garantido e Caprichoso, no Festival Folclórico de Parintins.

             Para isso, Rodolfo iria se encontrar com uma amiga do tempo da faculdade, que iria fazer a viagem em sua companhia. Celina estudara na Universidade Federal de Juiz de Fora e tornaram-se amigos, pois estavam sempre envolvidos com trabalhos do mesmo grupo. Depois da formatura, os dois advogados tomaram rumos diferentes; ele abriu um escritório com outro colega ali mesmo e ela retornou à sua cidade natal, Manaus.

                Depois de mais de sete horas de viagem, o comandante anunciou a descida em terras manauenses. Lá estava a amiga aguardando sua chegada; foi um longo abraço, estavam felizes pelo reencontro. Depois seguiram para a casa dela, a viagem aconteceria no dia seguinte bem cedo. Estava chovendo muito e Celina disse para Rodolfo:

           - Aqui chove muito, mas não se preocupe, logo passa. Rodolfo sorriu:

           - Sim, eu sempre li sobre as chuvas torrenciais no norte do país, que acontecem a tarde e logo desaparecem. Quero conhecer a cidade, que me pareceu muito bonita lá do alto.

               – A noite vou leva-lo para dar umas voltas pelo centro noturno. Concluiu a moça.

            Ele sorriu, estava feliz por estar com uma pessoa que gostava muito, era uma boa amiga. Ela morava em um casarão antigo, era filha de família tradicional de Manaus. O pai era um advogado conhecido e bem resolvido profissionalmente. A mãe era professora de literatura, pessoas agradáveis e cordiais. Celina tinha um irmão casado, que morava em Parintins, por isso o interesse em acompanhar Rodolfo nessa aventura. Ficariam alguns dias na casa do irmão dela, para acompanhar as apresentações dos bois bumbás.

                Rodolfo teve o resto da tarde para se refazer da viagem e a noite estava pronto para sair e conhecer Manaus. Celina o levou a vários lugares de encontro de jovens e depois foram parar em uma boate muito badalada. Quando chegaram, a moça encontrou uma amiga, que ficou encantada ao conhecer Rodolfo. E, até o final da noite, a amiga já tinha se oferecido para acompanha-los na viagem.

                Lorena era uma bela mestiça, estudante de letras e também estava de férias. O pai era filho de portugueses e a mãe filha de índios. Dessa mistura saiu uma morena exuberante. Tinha cabelos e olhos negros em um corpo escultural, era impossível não se encantar com seu jeito alegre e brincalhão. Os três passaram algumas horas conversando e rindo, depois foram descansar para seguir viagem no dia seguinte.

                O dia amanheceu e Lorena já estava à espera de Rodolfo e Celina no cais do porto de Manaus. Ficaram aguardando o embarque, enquanto o rapaz admirava os barcos atracados naquele local. Rodolfo estava eufórico, queria viver aquela aventura, sentia que seria cheia de surpresas e emoções.

            Havia muita gente circulando por ali e entre os passageiros estavam os carregadores do porto. Trabalho duro, carregando nas costas sacos de mantimentos ou em pequenas carrocinhas empurradas manualmente. Um jeito rústico de trabalhar, mas que dá emprego a muita gente.

                Já passava das oito horas da manhã, quando os três conseguiram adentrar o barco de três andares, eles ficariam na parte de cima, ou seja, nos camarotes.  Os pais de Celina insistiram para que ficassem bem acomodados, tinham medo que ficassem desconfortáveis, dormindo nas redes. Na parte de baixo, as redes eram arrumadas lado a lado e as malas colocadas debaixo da rede de cada ocupante. Havia muita gente ali e parecia um amontoado de pessoas disputando um pedacinho de chão.

           Os três viajantes entraram rapidamente e subiram as escadas. O compartimento do meio parecia o mais seguro; abrigava menos pessoas e estava protegido das chuvas. Os amigos ficaram em dois camarotes, um para o rapaz e o outro para as duas moças. As cabines eram razoavelmente confortáveis, tinha ar condicionado, um beliche com duas camas, um banheiro e televisão, no entanto, quando chovia forte entrava água pelas vidraças. Quando avisaram que entrava água da chuva, eles riram, nada tiraria a alegria da viagem.

            Tudo parecia muito bom para os três, que estavam felizes viajando nas águas do rio Amazonas. Era o início de uma grande aventura.

 Um texto de Eva Ibrahim Sousa

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