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sexta-feira, 14 de novembro de 2014

"PARA OS ERROS; PERDÃO. PARA OS FRACASSOS; UMA NOVA CHANCE. PARA OS AMORES IMPOSSÍVEIS; TEMPO." LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO--- O AMOR É ASSIM... EVA IBRAHIM

                     PAIXÃO PROIBIDA

                     CAPÍTULO TRÊS

         Olívia morava naquele local há muitos anos e tinha D. Estela como vizinha à somente três anos. O casal de idosos mudou-se para aquele local com o filho mais novo, João Paulo; os outros três filhos estavam casados e viviam em outra cidade. O pai de João Paulo estava seriamente doente e em seis meses faleceu, deixando a viúva e o filho sozinhos.

         João Paulo, um mestiço forte de 35 anos, que levava a vida na esperteza; sua mãe temia que algum mal lhe acontecesse. Ele perdeu o emprego em uma grande empresa e se separou da amásia; ainda bem que não tinha filhos, pensou a velha senhora. Então, o rapaz passava muitas horas em bares com outros desocupados, até que conheceram um traficante de drogas, que os convenceu a participar do negócio. O filho disse à sua mãe que estava trabalhando e trazia muito dinheiro para casa; a mãe andava desconfiada.

       Seu filho parecia estranho; não poderia estar trabalhando, pois, levantava tarde e andava com gente mal encarada. A velha mãe pediu a ele, por diversas vezes, que trocasse de amigos, aqueles não eram gente boa. Porém, o filho não ouviu e certo dia a polícia apareceu e o levou preso. O grupo todo foi acusado de tráfico de drogas, depois condenados a cinco anos de prisão cada um.

         D. Estela ficou sozinha e passou momentos de muita aflição. A mulher vivia com a pensão do marido e procurava dar apoio ao filho indo visita-lo na delegacia de polícia. Vivia muito só e procurou fazer amizade com sua vizinha; as duas conversavam muito, Olívia tinha pena da mulher.

        Com a condenação houve a transferência para a Penitenciária do Estado, que ficava em outra cidade e  a velha senhora tinha medo de viajar sozinha. A mulher foi uma vez, porém, disse que temia passar mal no ônibus, então, convidou Olívia para acompanha-la e a mulher concordou, afinal, eram amigas. As duas vizinhas se apoiavam mutuamente.

        Olívia quando viu o filho de D.Estela, ela o reconheceu, já o vira outras vezes, porém, nunca prestara atenção no rapaz. Quando ele lhe estendeu a mão e apareceu um colar de pérolas quando ele abriu o sorriso, ela perdeu a fala. Custou para sair um grunhido que queria dizer “muito prazer”. Parecia um Deus moreno, da cor de pinhão, pensou a mulher embevecida. Pinhão, que ela gostava tanto, que estranha comparação, ela devia estar muito sozinha para ter esses pensamentos. Mas que ele era bonito ninguém poderia negar.

       - Será por isso que se encantou daquela maneira?

         A mulher saiu acompanhada da mãe do moço, que estava alegre, pois, seu filho estava bem. Olívia não parava de pensar em João Paulo, estava enfeitiçada.  Aquilo era loucura, ela estava casada, não poderia pensar em outro homem, ainda mais aquele, que estava preso.

        A semana demorou a passar e seu marido chegou de viagem, ela cumpriu sua obrigação de mulher casada, entretanto, fechou os olhos e imaginou estar naqueles braços moreno. O marido até estranhou, pois, perguntou se ela estava com saudades. Olívia aquiesceu, ele que pensasse o que quisesse.
       
       Antônio sairia para outra viagem no domingo a tarde e ela teria de demovê-lo da ideia. Seu marido teria que viajar pela manhã, porque à tarde ela iria visitar seu amor com a vizinha. Para sua sorte e colaboração dos céus, choveu a noite toda e o marido resolveu viajar antes do almoço, para chegar ao destino antes de anoitecer.

          Olívia parecia uma adolescente, estava muito feliz, tratou de ficar bem bonita e disse aos filhos que iria à Igreja com a vizinha. Mal conseguia controlar sua ansiedade, queria ver aquele sorriso novamente; precisava sentir se fora apenas uma ilusão. Ela comprara frutas para João Paulo, queria agradá-lo de alguma maneira. Sentia-se ridícula, porém, havia uma força que a empurrava para aquele lugar.

Ela sempre ouvira dizer que os homens, na meia idade, ficam assanhados com as meninas mais novas e isso tem um nome: "Idade do Lobo".

- Será que ela estaria na Idade da Loba? Pensou, cismada, a mulher.

Um texto de Eva Ibrahim.
Continua na próxima semana.      
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