A
SEMENTE
CAPÍTULO
CINCO
Serena ficou pálida e seus olhos se encheram
de lágrimas, estava tomada pela emoção. Se realmente estivesse grávida, esse
fato seria motivo de grande felicidade. Pensou em Vitor e seu coração bateu
mais forte, ele seria um pai maravilhoso. A mãe a amparou quando ela cambaleou,
parecia estar muito abalada.
No dia seguinte, as duas mulheres
foram ao médico, que pediu para Serena fazer um simples teste de urina, que foi
realizado ali mesmo. A enfermeira entregou a fitinha com dois riscos vermelhos
ao médico, que ficou olhando para a paciente. Então, levantou-se da cadeira e
esticou a mão para cumprimenta-la, dizendo:
- Parabéns, você está grávida. Vamos iniciar o
pré-natal para ter a certeza de que tudo sairá bem. Em seguida apanhou alguns
papéis e entregou à gestante.
– Deve ler todos, para entender o
que significa estar grávida. Depois sorriu alegremente.
A
futura avó ficou olhando para aquela fitinha e pensando:
- Como é possível saber da
gravidez através dessa fita? Tempos modernos, com certeza. E, tratou de abraçar
sua filha.
As duas mulheres saíram dali levando
a fita como prova de sua nova condição. Ficara gestante, estava nas nuvens. E,
levava consigo uma certeza; não importava o que viesse a acontecer, já estava
apaixonada por aquela criança. Aquele pequeno ser seria muito amado e uma
ligação viva entre seus pais enquanto estivessem afastados; um elo para
sempre.
A
futura mamãe chorou, abraçada à sua mãe, sentia-se abençoada por estar
carregando aquela pequena semente, fruto de seu amor por Vitor. Naquela noite,
ela não conseguiu dormir, estava agitada demais com aquela novidade; precisava
contar ao seu amor.
Pela manhã, Serena sentou-se à
mesa com papel e caneta; então, começou a contar uma história para Vítor. Era a primeira carta de
história que ela contava para ele. Falava sobre uma pequena semente, fruto de
um grande amor. E, no final da história ela postou uma foto do teste feito no
consultório médico.
– Parabéns ao papai mais amado do
mundo, estamos aguardando sua volta com ansiedade; agora somos duas ou dois,
quem sabe? Selou a carta e foi colocar no correio, sentia-se muito feliz.
Serena
voltou ao consultório médico para fazer os exames e constatou que estava tudo
bem. O médico marcou novas consultas, ela estava com doze semanas e quando fizesse vinte semanas iria fazer
uma ecografia. Então, poderia saber o sexo da criança.
Mais
três semanas e chegou outra carta de Vitor, dizendo de sua felicidade e lhe
prometendo casamento, assim que voltasse para casa. Ela estava feliz, se
alimentando bem e dormindo mais ainda. Sua cintura sumiu, dando lugar ao
pequeno ser que carregava no ventre.
Tirou
algumas fotos e mandou para Vitor, queria que ele soubesse que estava ficando
redonda. Sentia-se plena em gestar um filho dele; era um sonho que se tornara
realidade. Nunca mais estaria só, havia um pequeno ser para lhe fazer
companhia. Um leve sorriso apareceu em seus lábios, estava feliz.
Um texto de Eva Ibrahim