EU TE AMO
CAPÍTULO CINCO
Eloisa estava enraivecida e
decidida a não mais falar com aquele homem grosso. Ele se mostrara ríspido e
mandão, deixando ela sozinha em frente ao computador. Na noite seguinte ela
ouviu quando o Skype chamou, no entanto ignorou; não iria atender Benjamim.
Ele a chamou na segunda feira,
na terça e também na quarta feira, então ela resolveu atender.
- Que você tenha uma boa
explicação, para ter-me deixado sozinha na noite de domingo.
Benjamim abriu o sorriso ao ver
sua amada, mas ela queria uma explicação. E, ele tentou se explicar.
- Eu fiquei tão emocionado ao vê-la
que passei mal, fechei a câmera e fui me deitar com o coração disparado; me
perdoe, isso não vai mais acontecer.
Eloisa aquiesceu;
Eloisa aquiesceu;
- Tudo bem, mas se fizer isso
novamente, não haverá mais conversas no Skype.
Com a situação amenizada a conversa fluiu branda. Ela queria saber muitas coisas de sua vida e costumes.
Com a situação amenizada a conversa fluiu branda. Ela queria saber muitas coisas de sua vida e costumes.
–Quem cuida de você? Existe outra
mulher em sua vida?
-Minha filha cuida de mim,
afirmou o general.
- Não tenho tempo para outras
mulheres, sou muito ocupado e a amo muito; só tenho você.
- Então, vamos fazer um trato de
amor, fidelidade de ambas as partes, sugeriu Eloisa. O velho turrão concordou:
- Fiel até a morte!
A moça não gostou muito, até a
morte era muito tempo, mas concordou, afinal fora ela quem sugerira o pacto. No
entanto, não pretendia cumprir; era muito jovem; estava com quarenta e cinco
anos e esperava viver outros tantos. Tinha dois filhos casados e três netos,
trabalhava e era independente. Mas, a magia do local e a situação criada a deixavam extasiada, também queria aquele homem.
- Se eu for encontra-lo em sua
terra, terei que usar a burca? Eu serei aceita como sua esposa?
-Você não pode vir aqui, pois é
muito perigoso, mas se viesse como turista, poderia andar com um lenço na
cabeça, roupas discretas e de cores neutras. Para eu me casar com você sendo ocidental, terá que aceitar a minha religião e aderir aos costumes da minha terra,
afirmou Benjamim.
Eloisa
percebeu que seria muito difícil aquele relacionamento dar certo, mas gostava
de ser cobiçada por ele e deixaria o amor fluir. Para tanto começou a ler sobre
a religião muçulmana e os costumes da região. Era um mundo novo, cheio de
rituais e crenças fortíssimas, que o tornava um homem diferente dos que ela
conhecia; um enigma a ser decifrado.
Um
general de guerra, que comandava suas tropas rigidamente, que também acatava as
ordens superiores cegamente. No entanto, trazia no peito uma semente de amor
plantada em seu coração árido. Amava as filhas e netos fraternalmente e Eloisa
apaixonadamente.
Quem convivia com ele não imaginava o amor que trazia dentro do peito, que chegava a doer só em
pensar em rever sua amada. Eloisa não ficava indiferente ao seu amor. Gostava
dele como uma novidade que massageava seu ego, porém, não levava aquele relacionamento
muito a sério. Saíra de um casamento complicado e agora era livre e solta para cuidar de sua vida. E, ele representava uma
vida contida e servil; teria que pensar muito em tudo aquilo.
Benjamim
enchia a boca e dizia: eu te amo.
Um
texto de Eva Ibrahim