MOSTRAR VISUALIZAÇÕES DE PÁGINAS

sábado, 28 de março de 2015

"O AMOR NÃO É VIVER FELIZES PARA SEMPRE, ISSO É UM CONTO DE FADAS. O AMOR É SABER COMO ENFRENTAR A VIDA JUNTOS." S. STREMIZ --QUE A DOR NOS UNA AINDA MAIS.EVA IBRAHIM

O PIOR PESADELO

CAPÍTULO DOIS
           O tio e padrinho do casamento dirigia o automóvel que conduzia o rapaz ao Hospital e ao seu lado estava sua esposa, a tia de Celina. No banco detrás, deitado sobre as pernas da esposa, Fernando tinha contrações musculares intensas e Celina procurava segurá-lo, porém sem sucesso. Em seguida começou a espumar pela boca e ela começou a gritar que ele estava morrendo. O tio pisou no acelerador e quase pegou um transeunte, a tia se agarrou no puxador e começou a rezar alto, pedindo para Deus ajuda-los.

          Entraram no pátio do P.S. buzinando e cantando pneus. Então, dois homens de jaleco branco colocaram o rapaz em cima de uma maca e rapidamente desapareceram, ela não teve tempo de dizer nada, ainda estava vestida de noiva e não sabia o que fazer. Celina começou a chorar pensando que o marido estava morrendo, por isso sumiram com ele.
Em seguida chegaram seus pais e os pais de Fernando tentando acalmá-la. Celina foi levada a uma sala reservada onde lhe deram água, ela estava muito nervosa. O relógio na parede parecia não cumprir seu papel, pois, as horas não passavam. Quanto mais ela olhava, menos ele andava; Celina precisava ter notícias do marido ou enlouqueceria. Então, apareceu uma enfermeira que a conduziu à sala de observação, onde estava o seu amor.

Fernando dormia profundamente; estava pálido e com as roupas do Hospital. Celina não se conformava com a situação, eles deveriam seguir para a lua de mel, no entanto, estavam no Pronto Socorro e ela desesperada sem saber o que o marido tivera.

O médico entrou para conversar com a família e explicou a situação, dizendo que Fernando estava bem. Dormia por causa do efeito das medicações que tomara para controlar a convulsão. Era jovem e forte, porém, deveria procurar um médico neurologista para se submeter a uma porção de exames. Tudo indicava que ele tivera um ataque epilético, mas seria prematuro afirmar isso sem o resultado de exames. Permaneceria em observação até o dia seguinte, quando seria avaliado novamente e se estivesse bem poderia retornar à sua casa.

           A mãe de Celina precisou ampará-la, aquela seria sua noite de núpcias e onde ela depositara todos os seus sonhos de menina. O seu príncipe encantado estava adormecido e ela teria que voltar à sua casa para tirar seu vestido de noiva. A festa seria cancelada e a viagem de lua de mel adiada, na melhor das hipóteses.

               A mãe de Fernando ficou fazendo companhia ao filho, enquanto Celina voltava para a casa de seus pais para trocar suas roupas. Em seguida, a moça desolada, retornou ao Hospital, passaria a noite ao lado do marido. Depois de algumas horas ele acordou, estava estranho, parecia não se lembrar do ocorrido. Celina chamou a enfermeira, queria saber por que o marido estava confuso. Em seguida o médico foi chamado e confirmou suas suspeitas. Fernando apresentava lapsos de memória e seu estado poderia ser mais grave do que o previsto.

          Ela deveria ficar alerta e a menor suspeita de convulsão que tocasse a campainha. Durante a madrugada ele teve outra convulsão e foi sedado novamente. O médico disse que chamaria o neurologista que certamente pediria uma tomografia do crânio de Fernando. O caso dele poderia ser pior do que parecia e inspirava muitos cuidados.


A noite foi longa e triste, Celina quis ficar sozinha com Fernando, para seus pais poderem descansar. Duas lágrimas correram pelo seu rosto, casara-se com seu amor, entretanto, estava solitária em sua primeira noite de casada. Nem mesmo em seu pior pesadelo ela poderia imaginar sua noite de núpcias em um Hospital. Olhou pela janela e viu as luzes acesas em meio ao silêncio da noite; ao longe um cão latia sem parar.

Um texto de Eva Ibrahim.

Continua na próxima semana.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

MEU MUNDO REINVENTADO.

UM BLOG PARA POSTAR CONTOS CURTOS E EM CAPÍTULOS.