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segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

"AS VEZES, DEUS ACALMA A TEMPESTADE. OUTRAS VEZES,ELE PERMITE A TEMPESTADE E ACALMA VOCÊ." BILL JOHNSON. " NÃO CARREGO CERTEZAS. SÓ ESPERANÇAS!

NO LIMITE DA DOR
CAPÍTULO SEIS

           Maura deitou-se na maca e dois enfermeiros, tipo guarda-roupas, altos, morenos fortes se aproximaram. O que usava bigode, segurou um lençol e passou pela axila do braço luxado da paciente. Enquanto o médico puxava o braço, ele puxava o ombro com força. Faziam força contrária para conduzir o braço ao seu leito natural. No entanto, parecia que o braço não entrava no devido lugar, então, o outro enfermeiro, alto e forte também, passou a pressionar o nervo sob a clavícula da moça, que doía mais do que o braço.

            Depois de várias tentativas e a ajuda de um outro médico de plantão, a moça relaxou e disse que a dor estava passando. Maura, então, sentiu um alívio animador e diante da surpresa do médico, que disse não ter sentido quando o braço entrou em seu leito natural, sorriu e seu semblante amenizou, voltando a vida. E, para tirar a dúvida, a paciente foi encaminhada ao Raio X novamente.

           Em meio a tantas pressões, puxões e ansiedade as duas primas respiraram aliviadas. Maura estava pálida e fragilizada, mas, agora a dor era fraca e suportável; nunca imaginara passar por toda aquela situação de desespero e dor. Confirmado o sucesso da redução, a moça foi liberada com uma receita de anti-inflamatório e analgésicos.

           O gerente do supermercado ligou várias vezes se prontificando a pagar as despesas; estava com muito medo de sofrer um processo por negligência. A moça poderia ter morrido se tivesse batido com a cabeça ao invés do braço.

           A volta para casa foi mais tranquila, as duas primas pouco conversaram, estavam exaustas. Érica atendeu ao telefonema do marido, que estava preocupado e logo chegaram à casa.

          Depois de descansar um pouco, Maura pediu à Érica para fazer, na internet, o chek in do seu voo para retornar à sua casa na manhã seguinte. No entanto, para sua surpresa, seu voo havia sido transferido para a madrugada, o que deixou a moça irada. Érica entrou em contato com a companhia aérea e conseguiu transferir o voo do dia 14 para o dia 15, dando a moça mais um dia na casa da prima.

Foi a pior noite de sua vida; ela viu todas as horas no relógio de cabeceira. Entre um analgésico e outro, cochilava um pouco. Era uma dor intermitente do ombro até a mão, que estava dormente e formigando; o braço parecia que pesava uma tonelada.

O dia amanheceu e ela tomou um banho para ver se melhorava um pouco. Estava viva, mas um mal-estar generalizado e muita dor, que só acalmava com muitos analgésicos. Suas férias terminaram ali, não havia mais condição para nada; queria voltar para sua casa.

 Era um feriado nacional, dia da proclamação da República do Brasil. E, Maura foi conduzida pela prima e o marido até o aeroporto para retornar a sua casa. Com o braço disfarçado por uma blusa de manga, a moça adentrou a aeronave. Ela teve que deixar suas compras em BH e seguir somente com a bolsa de mão; não poderia carregar pesos. 

Depois de uma hora e meia o avião aterrissou na capital paulista e Maura desceu preocupada; estava com uma dor latejante no braço esquerdo.
Um texto de Eva Ibrahim. Continua na próxima semana.


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