CAPÍTULO
CINCO
Pedro ficou desconsolado até o
final da semana, não tinha vontade de trabalhar, pois sabia que Gilda não
estaria lá. Os dias pareciam nublados, faltava brilho, animação, na verdade ele
estava deprimido. Nunca havia passado por algo parecido, estava completamente
apaixonado e seria capaz de fazer loucuras, para estar com sua amada.
Finalmente, a manhã de sábado
surgiu cheia de Sol. Um dia luminoso, que enchia a alma do rapaz de esperança.
Naquele momento, encontrar-se com Gilda era a meta de sua vida. Seu coração
disparava só em pensar nela, tinha urgência em encontrá-la.
Pegou o ônibus na rodoviária, que
se dirigia à cidade de Piracicaba, estava animado e eufórico, iria se encontrar
com seu amor. Ficava imaginando o que diria para os pais dela, teria que ser
convincente ao se expor, para pedi-la em namoro. A ansiedade não deixava ele
relaxar, seus pensamentos controversos vinham como um temporal, deixando-o
aflito.
Em uma das melhores rodovias do
país, o veículo parecia voar, o tempo correu rápido e quando viu, estavam
passando ao lado de um rio enorme. O passageiro que estava sentado ao seu lado,
disse:
- Veja, aí está o famoso rio Piracicaba, cheio de peixes deliciosos.
Andaram
um bom pedaço margeando as águas do rio e foram para a rodoviária.
Pedro concordou com a cabeça, já
tinha ouvido falar nesse Rio. O ônibus parou, os passageiros começaram a descer
e para surpresa de Pedro, Gilda estava esperando por ele. O pai da moça
aguardava encostado em um pilar do local, distante uns cinco metros do casal.
O coração do rapaz acelerou, ele se
aproximou da amada e lhe deu um beijo no rosto de raspão, a presença do pai o
deixava cauteloso. No entanto, sua vontade era agarrá-la e beijá-la muito.
Porém, ela estava ferida, não poderia se esquecer desse fato. Depois,
dirigiu-se ao pai dela e lhe estendendo a mão, cumprimentou-o.
Instintivamente, o casal sentou-se no
banco de trás, tinham muito que conversar. Parecia que Pedro estivera na guerra
por longos meses, tamanha era a ansiedade de ambos. Segurando na mão de Gilda, aquela do braço
bom, ele disse:
- Como você está? Ainda tem dores?
Eu estava muito preocupado com você. Pedro, queria penetrar nos
pensamentos dela, tamanha era sua ansiedade em saber.
- Estou melhor agora, minha cabeça
ainda dói, a pancada foi forte, mas no braço não sinto quase nada, está
imobilizado. Ela respondeu tranquilizando o rapaz, que não tirava os olhos
dela. Os olhos verdes de Gilda brilhavam com uma profundeza, que o
hipnotizavam.
O pai olhava pelo retrovisor e percebia
que havia algo muito forte entre os dois jovens. Ali existia carinho e interação
nas palavras ditas. Homem experiente, olhou com bons olhos aquele início de
relacionamento, daria seu apoio. Pensou com carinho.
Seu maior desejo era ver a filha
feliz e quando ela falou que gostava do colega que havia conhecido, ele
percebeu que havia verdade em suas palavras. Porque os olhos de sua menina
brilhavam como duas pedras preciosas, era sua marca de sinceridade, desde
pequena.
Chegaram a casa e entraram como um
casal de pombinhos, arrulhando felizes.
Um
texto de Eva Ibrahim Sousa