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sábado, 26 de dezembro de 2015

"A SOLIDÃO É A ARMA QUE MATA, MESMO SEM TER NINGUÉM PARA APERTAR O GATILHO". AUTOR DESCONHECIDO - QUE TODA DOR VIRE AMOR. EVA IBRAHIM

 ALTOS E BAIXOS 
CAPÍTULO SEIS
                Celi tornara-se uma pessoa de difícil convivência, ora conversava normalmente ora se alterava a ponto de agredir seu interlocutor. Selma não confiava mais na filha para deixar Luana com ela e precisou pedir dispensa do trabalho para cuidar da mãe e da filha. Samuel não parava mais em casa, queria fugir dos problemas de sua esposa.

       Nessas andanças noturnas, o rapaz arrumou uma namorada, que o satisfazia plenamente; tornaram-se amantes. Ele era jovem e precisava de carinho de mulher, pensava intimamente quando se sentia culpado pelos deslizes. Afinal, sua esposa estava doente e desde o nascimento da filha ela não queria contato com ele. Então fora se aninhar em outros braços.

 Samuel já não podia encarar a sogra, estava cheio de culpas.  Com Celi ele conversava somente o que ela perguntava e logo tratava de se esquivar para não ouvir as lamúrias da mulher. Tudo o que ele queria era se livrar do casamento e daquela casa. Gostava da filha, porém, tinha medo de machuca-la. Luana era pequena e delicada, precisava de cuidados especiais.

Certo dia, a vizinha de Samuel estava no Supermercado e deu de cara com ele e sua amante, fazendo compras. A mulher ficou surpresa e deu um passo para trás. Ele estremeceu:

- Será que a vizinha iria contar para sua sogra que ele estava com outra mulher?

Lá no fundo, ele sabia que as mulheres são solidárias, e que logo ele estaria encurralado. Pensava em uma estratégia para se livrar da culpa, porém seus argumentos eram fracos demais. Passados dois dias a sogra o interpelou, queria saber quem era a mulher com quem ele fora visto.

 – Estaria traindo sua filha, que se encontrava em tratamento psiquiátrico? 

Samuel perdeu a cor e não pode negar. Ouviu uma porção de desaforos e saiu em desabalada carreira; nada retrucou.

Celi melhorou de seus delírios e se aproximou do marido novamente; ainda o amava. No entanto, muito tempo se passara e Samuel estava distante demais de sua mulher; não a queria mais. Rejeitada, a moça se fechou novamente; a depressão voltou forte com seus sintomas acentuados.

Certo dia, o marido dormia no quarto de visitas e ela se arrumou para sair. Procurava a chave do automóvel quando foi surpreendida por ele, que tentou dissuadi-la de dirigir; ainda não estava curada e podia ser perigoso. Momentaneamente a situação foi contornada e ela voltou para seu quarto. Samuel ficou preocupado, precisava esconder a chave do automóvel; Celi não estava bem.

No entanto, depois de alguns dias, ele já nem se lembrava do ocorrido e quando ouviu o ronco do automóvel deu um pulo da cama. Saiu do jeito que estava somente de cuecas e conseguiu entrar no automóvel antes que ela alcançasse a rua.
Um texto de Eva Ibrahim.
Continua na próxima semana.
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