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quarta-feira, 5 de agosto de 2020

"ROUPA NOVA" "LINDA DEMAIS" "(...) LINDA CONTE A MIM TEU SEGREDO. PRO MEU SONHO DIGA QUEM É VOCÊ. LIVRE, NUNCA MAIS TENHA MEDO, POIS QUEM AMA TUDO PODE VENCER. VEM FAZER DIFERENTE O QUE MAIS NINGUÉM FAZ. FAZ PARTE DE MIM, ME INVENTA OUTRA VEZ. (...)" COMPOSITORES: EURICO PEREIRA DA SILVA FILHO/ LUIZ OTÁVIO PAES DE OLIVEIRA


O TRIÂNGULO

CAPÍTULO CINCO

           Otávio chegou em sua casa mais confuso do que quando saiu, estivera com as duas mulheres, que estavam tirando seu sono e nada fora resolvido. Passava das vinte e três horas, seus pais já haviam se recolhido e ele se jogou na cama. Ficou um tempo deitado pensando, estava preocupado, pois não sabia o que fazer para sair daquela situação. Tinha pressa em encontrar uma solução. 

             Depois, levantou-se e foi tomar um analgésico, pois seu ombro latejava. Em seguida, retornou e adormeceu. Teve pesadelos em um sono agitado por fantasmas, que insistiam em rodeá-lo. Otávio foi acusado por Liana e Júlia de traição, ele estava na berlinda diante da família da noiva. As duas gritavam e apontavam para ele dizendo: 

             - Canalha! Canalha! Canalha! 

             O rapaz não conseguiu se defender e acordou suando. Não dava mais para suportar aquela pressão psicológica, iria conversar com Liana. Ficaria ali somente mais aquela semana e esperava se livrar daquele noivado, que mais parecia uma prisão. No entanto, se ela soubesse que ele estava se relacionando com Júlia, seria muito difícil ela aceitar o rompimento. 

          Com esses pensamentos ele adormeceu novamente. Resolveria tudo, antes que sua companheira de voo descobrisse que ele estava noivo. Um namoro de três anos, que teve muitas promessas e juras de amor. Iria magoar a mulher que jurara levar ao altar; sentia-se um verdadeiro canalha. 

            Tinha muitas coisas a explicar, outras para desfazer, tais como: os móveis comprados juntos, os eletrodomésticos e principalmente os sonhos de uma jovem, que dizia amá-lo. Na verdade, ele queria mandar uma mensagem desistindo do noivado, ou dar um telefonema acabando com tudo. Entretanto, sua mãe o proibiu de agir como um canalha. Teria que ir pessoalmente e falar com os pais dela. 

           O dia seguinte surgiu lindo e ensolarado, era domingo. Liana ligou e convidou Otávio para o almoço na casa dela. Ele tentou se desvencilhar do convite, mas não obteve êxito. Ela não aceitou nenhuma desculpa, queria o noivo junto dela. Sem saída, ele compareceu à reunião familiar. 

              O rapaz não pode, nem sequer, abordar o assunto para romper o noivado, pois a família inteira estava presente. Todos queriam saber qual seria a data do casamento e ele fugiu do assunto, colocando a culpa do adiamento na pandemia. Foi uma tarde difícil, as conversas tomavam rumos contrários aos seus desejos; queriam casá-lo a força. 

            Quando ele conseguiu sair dali, já estava anoitecendo e ao chegar em sua casa ligou para Júlia: queria vê-la. O rapaz estava chateado com a pressão sofrida durante o almoço, queria esquecer toda aquela história. Passou o resto do domingo com a companheira de voo, que o deixara encantado. Estava vivendo num verdadeiro inferno. 

             Não queria magoar sua noiva, mas não poderia se casar com uma pessoa que não amava mais, os dois seriam infelizes. Já era tarde quando retornou à sua casa e num surto, arrumou suas malas e resolveu cair fora. Não conseguiria desmanchar seu noivado, então iria fugir dali. Acordou bem cedo e saiu deixando um bilhete para sua mãe. 

           – Mãe, vou embora, pois tenho que me apresentar na empresa, estão precisando de mim. Avisa a Liana que depois telefono para ela. Beijos 

            Em seguida se dirigiu à rodoviária e pegou o primeiro ônibus rumo ao aeroporto. Era um canalha sim, não se importava com mais nada. Quando chegasse em São Paulo, ligaria para Júlia ir ao seu encontro. Liana teria que se conformar com a separação. 

Um texto de Eva Ibrahim Sousa 

MEU MUNDO REINVENTADO.

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