MOSTRAR VISUALIZAÇÕES DE PÁGINAS

sexta-feira, 29 de julho de 2016

"UM DIA ME DISSERAM QUE O SORRISO É UMA FORMA DE MOSTRARMOS O QUANTO GOSTAMOS DE ALGUÉM. E, HOJE ME PERGUNTARAM SE EU GOSTAVA DE VOCÊ E EU APENAS SORRI..." AUTOR DESCONHECIDO

PARECIA UM RAMALHETE
CAPÍTULO DOIS

A menina usava um vestido florido de fundo vermelho. As flores do campo coloridas pareciam jogadas aqui e ali em toda a extensão do tecido. Trazia nos cabelos um pequeno buquê de flores alaranjadas, que a deixavam com ar de ramalhete.

              Uma jovem cuja beleza despontava docemente em sua inocência de menina moça. Enquanto a música sertaneja era tocada na vitrola, as pessoas chegavam e adentravam ao recinto. Cada um procurava o melhor lugar para assistir de perto os trabalhos dos cavaleiros e toureiros.

          Entretanto, Raquel não arredava pé do local, queria ver o toureiro. Quando alguém tocava no nome do toureiro, os olhos dela brilhavam. Era um toureiro espanhol legítimo, todos comentavam.

           Manolo, o homem tão esperado pela menina, finalmente chegou; estava caracterizado com uma roupa verde e dourada. Usava uma capa preta e uma boina colocada de lado na cabeça. E, a menina se encantou imediatamente, ele representava todos os seus sonhos.

          Era um jovem atleta, alto, moreno, esguio e muito corajoso, pois, se colocava em frente ao touro sem medo. Seu histórico era de um valente toureiro, nunca fora ferido em combate. A menina adentrou ao recinto e se sentou na primeira fila que dava para a arena.

          Na arena havia dois homens vestidos de palhaços, que ficavam dentro de sacos de palhas andando de um lado ao outro. Tinham a função de distrair o touro se investisse em Manolo.

              A música parou e o apresentador iniciou os trabalhos daquela noite de estreia. Balões subiram aos céus e sob aplausos e gritos de “Olé”, Manolo ensaiava seus passos de matador em frente ao touro. Com uma capa vermelha ele desafiava o touro bravo, que bufava e batia o pé no chão. Raquel sentia medo, porém queria assistir a luta entre o homem e o animal até o fim.

           Ali não haveria morte, pois, no Brasil não existe sacrifícios de animais, mas o ritual era o mesmo. Uma dança louca, que deixava os olhinhos de Raquel extáticos. Manolo era exímio toureiro e por diversas vezes tirou suspiros da plateia.

            E, quando o show terminou, o toureiro pegou uma rosa que haviam atirado na arena e jogou para a menina, pois, ele havia reparado em seu encantamento. A partir daquele momento, a garota de apenas quinze anos, passava a ser cativa de Manolo.

              Raquel saiu dali com a rosa na mão e quando seu pai lhe perguntou quem lhe dera a flor, ela respondeu que pegara do chão. Aquele era um segredo seu, que ninguém poderia interferir. Ela estava nas nuvens. Sua cabeça rodava de emoção e seu coração lhe dizia, que aquele era seu príncipe encantado. 

          A rosa foi colocada em um vaso na estante da sala; era seu troféu. Naquela noite os seus sonhos foram embalados pela música e o toureiro rodopiando com ela na arena de touros.
 Um texto de Eva Ibrahim.

Continua na próxima semana.
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