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quarta-feira, 25 de setembro de 2019

" PLANETA ÁGUA" "(...) ÁGUAS QUE CAEM DAS PEDRAS, NO VÉU DAS CASCATAS, RONCO DE TROVÃO E DEPOIS DORMEM TRANQUILAS, NO LEITO DOS LAGOS, NO LEITO DOS LAGOS. ÁGUAS DOS IGARAPÉS, ONDE IARA, A MÃE DÁGUA É MISTERIOSA CANÇÃO. ÁGUA QUE O SOL EVAPORA, PRO CÉU VAI EMBORA, VIRAR NUVENS DE ALGODÃO. (...)" COMPOSITOR E CANTOR : GUILHERME ARANTES

GARANCHOSOS

CAPÍTULO CINCO
                Celina, acompanhada do casal de namorados, iria assistir ao ensaio do boi Garantido. Sentia-se como se fosse uma vela, dizia sorrindo. E os três seguiam alegres, em busca de aventuras. Como turistas, Rodolfo e Lorena, queriam desfrutar ao máximo, de todas as oportunidades de conhecer a riqueza do folclore local. Celina disse aos dois amigos que iriam de transporte alternativo, simples, rápido e barato.

               - Aqui tem Uber? Perguntou o rapaz.

              – Pode-se dizer que sim, espere para ver. Retrucou a moça.

                 Os três, com roupas de cores neutras, saíram de casa dizendo que eram Garanchosos, isto é, metade Garantido e metade Caprichoso.  A moça, conhecedora do local, havia dito que as pessoas de fora, quando não queriam se comprometer, diziam que eram Garanchosos. Essa era a melhor identidade para entrar nos dois galpões. Já na rua, Celina deu com a mão para um estranho triciclo, que encostou na guia.   
       
                  – O que você está fazendo? Perguntou Rodolfo. Ela sorriu e disse:

                - Vamos, este é o nosso transporte alternativo, o Uber de Parintins. O casal ficou surpreso, mas trataram de subir no veículo. Ocuparam o banco de madeira, depois Celina se acomodou e perguntou ao condutor se dava para levar três. E o condutor respondeu:

               -Sim madame, vamos seguir em frente. No entanto, era visível o esforço que ele fazia para pedalar o triciclo, sentado sobre a roda traseira.   
         
                  O veículo era coberto com lona para proteção contra o Sol e com um banco que levava até três pessoas de médio porte. Os três gostaram do transporte, que os protegia dos raios solares e ainda podiam receber uma leve brisa de vento, naquele calor escaldante.

                 Chegaram ao galpão do Garantido e ali havia muita gente trabalhando para terminar os estandartes e o carro alegórico principal. Todos empenhados em construir uma bela apresentação folclórica. Depois, os três amigos foram ao barracão do Caprichoso e chegaram à conclusão, de que seria um duelo de gigantes, dada a complexidade dos carros alegóricos, fantasias, alegorias e acessórios; todos de uma beleza incontestável.

              As músicas, tocadas por quatrocentos ritmistas, falavam ao coração com os ritmos e sons da floresta Amazônica. As letras das toadas enalteciam as lendas, mitos e histórias da região norte do Brasil.

               Uma festa com a presença da cultura indígena; carros alegóricos enormes, que são montados dentro da arena, pois, não conseguiriam entrar se estivessem prontos. Muitas penas e cores compondo as alegorias, onde se destacam as cores básicas de cada grupo. Na composição são acrescidas as cores vibrantes da floresta, tais como: amarelo ouro, laranja, verde, dourado, que estão presentes nos cocares, braçadeiras, tangas, estandartes, brincos, colares e todos os tipos de enfeites.

                  Mas, o mais bonito é o comprometimento das duas torcidas. A partir de um projeto gigantesco, para cada boi, contando histórias, fábulas e lendas indígenas da floresta amazônica é montado um cenário teatral de emocional intenso e magnífico.

                 Em sua confecção, esses projetos contam com grande parte da comunidade, que trabalha duro para obter três dias de glória. Cada grupo cuida de um núcleo pré-determinado. O trabalho, que ocorre durante o ano inteiro, se intensifica e vara as noites na semana da apresentação final.

                 Na quinta-feira, os três amigos foram visitar a Catedral de Nossa Senhora do Carmo, padroeira da cidade e outros lugares turísticos. A noite ficaram sentados em um barzinho na orla do porto de Parintins observando os barcos, que chegavam à cidade para a festa do folclore amazonense.

                 Celina encontrou um velho conhecido e ficaram conversando, enquanto Rodolfo e Lorena curtiam um namoro ao luar do rio Amazonas.

                 Já era tarde da noite quente do norte brasileiro, quando os três voltaram para casa. Precisavam descansar para vivenciar os três dias de duelo a céu aberto, que aconteceria no Centro Cultural Amazonino Mendes, mais conhecido como Bumbódromo.

             É um estádio em formato de cabeça de boi estilizado, tem capacidade para trinta e cinco mil pessoas. Localizado na ilha de Parintins no estado do Amazonas. É o local onde estarão concentrados todos os olhares da população local e dos turistas, nas três noites do festival folclórico.

               As arquibancadas do estádio são pintadas, a metade de azul e a outra metade de vermelho, assim, os turistas deixarão de serem Garanchosos e terão que optar por seu boi de preferência. No caso da família de Celina, a torcida é para o grupo do boi Caprichoso, da cor azul.

            Rodolfo e Lorena estavam encantados um com o outro, fora um amor à primeira vista e parecia crescer a cada dia formando um amor perfeito, naquele local mágico da ilha de Parintins.

Um texto de Eva Ibrahim Sousa.
Com consultas ao Wikipédia e ao Youtube

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