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quarta-feira, 30 de outubro de 2019

"NATUREZA" "DO JARDIM, EU SINTO O PERFUME E DA MINHA JANELA, O COSTUME DE APRECIAR A PAISAGEM. AS BORBOLETAS QUE PASSAM AGORA E O VENTO QUE SOPRA LÁ FORA, ASSOBIANDO DE PASSAGEM."VALDEMI CAVALCANTE TEIXEIRA

                         AGUENTA CORAÇÃO


CAPÍTULO DEZ

             O cenário mudou totalmente, outros carros alegóricos, outras cores e outras luzes, estava começando a apresentação do boi Caprichoso. Começava a segunda etapa da noite decisiva, na qual seria apurado o novo campeão de Parintins. Era hora de apagar as luzes das arquibancadas, reservadas para o boi Garantido e acender as luzes do lado reservado ao boi Caprichoso. 


           O mesmo respeito recebido, seria oferecido agora. A torcida do boi Garantido ficaria calada no escuro, assistindo o desempenho do adversário. Um jeito peculiar encontrado, naquele local, para manter as duas torcidas empenhadas em vencer, com justiça.


As apresentações do boi Caprichoso mantiveram o nível do boi concorrente. A arena se tingiu de azul, o boi preto com uma estrela azul na testa, fazia evoluções e a plateia aplaudia incessantemente. Uma outra história sobre a Amazônia foi contada entusiasticamente, prendendo a atenção de todos.


Rodolfo e Lorena assistiam o grande teatro de Parintins, abraçados e felizes; era a última noite da grande festa. Mantinham-se firmes na torcida do boi branco, com um coração vermelho na testa.


 O festival que promove a disputa entre os dois bois, que se preparam durante o ano inteiro e que envolve quase toda a população da cidade, serviu de cenário para despertar o amor. Um sentimento que nasceu forte, entre Rodolfo e Lorena. Celina também estava satisfeita, pois foi através da amizade dela, que os dois se conheceram. Seria a madrinha daquela união, com muito prazer.


            A expectativa crescia, à medida que o tempo da apresentação chegava ao fim. Era muito difícil prever, quem seria o novo campeão. As duas apresentações foram dignas de receber a taça, e todos ali sentiam isso. A decisão seria conhecida somente na apuração dos últimos quesitos e com uma margem muito pequena de diferença. A soma das notas aconteceu e já era um novo dia, quando saiu o resultado. 


              A vitória ficou com o boi Garantido, que venceu por poucos décimos e a plateia aplaudiu calorosamente. O Boi Caprichoso também recebeu os aplausos da plateia, se fosse possível, dariam louros para os dois bois, pois são campeões de perseverança, empenho e criatividade. Quem ganhou foram todos os presentes, com um belo espetáculo a céu aberto, na ilha de Parintins.

             Os turistas que participaram da festa, já faziam planos para voltar, aquela é a terra dos bois Garantido e Caprichoso, cheia de encantos e peculiaridades. A ilha Tupinambaranas ficou conhecida pelo grande sucesso do festival dos bois bumbás, o boi branco apresenta um coração vermelho na testa e o boi preto tem uma estrela azul na testa. Terminada a festa na arena, o público se retirou. Os vencedores iriam comemorar noite afora, no barracão de base de seu boi.


                   Lorena e Rodolfo estavam felizes, mas cansados de muitas emoções, então foram para casa dormir. Pela manhã, tinham o compromisso de voltar para Manaus, o mesmo barco que os trouxera, os levaria de volta. Os dois dormiram juntos, de conchinha, nada mais havia para esconder, estavam juntos para qualquer coisa. O amor falou mais alto e seria muito difícil a separação.


                   As nove horas da manhã, os três amigos estavam no porto esperando para embarcar, a viagem de volta seria longa, pelo leito do rio Amazonas. As pessoas entraram no navio e foram logo armando suas redes, aparentavam cansaço, pois a maioria estava voltando do festival de Parintins.


              Celina, Rodolfo e Lorena foram para os camarotes, no terceiro piso. A reserva fora comprada com direito a ida e a volta. O barco conseguiu zarpar as onze horas e trinta minutos e a viagem levaria cerca de dezoito horas, com tempo bom. Então, chegariam a Manaus no dia seguinte pela manhã. Os pais de Celina os esperariam no Porto, na hora da chegada.


                   Trataram de se alimentar e foram dormir, estavam cansados. Celina ficou sozinha em seu camarote, a amiga foi para junto de seu amor, aquela viagem estava sendo sua lua de mel. Acordaram com fome, já era hora do jantar, então desceram e foram para o refeitório, depois sentaram-se no convés. 


              Os três queriam tomar um pouco de ar fresco, jogar conversa fora, e relaxar depois de tantas emoções. A tarde se despedia num forte calor do norte brasileiro, podia-se sentir um bafo quente, da brisa vinda das águas do rio.


                   O Sol se punha no horizonte lentamente, e a noite chegava de mansinho, tomando conta de todos os lugares. A Lua apareceu brilhante no céu límpido, não havia previsão de chuvas para as próximas horas. 


             O barco avançava rio adentro e podia-se apreciar um mar de águas brilhantes, que mais parecia um espelho encantado, levando os três amigos de volta para casa. Levava também dois corações apaixonados e cheios de sonhos para serem realizados.


              Parintins jamais será esquecida, pois foi o cenário perfeito, para despertar um amor duradouro entre Rodolfo e Lorena. E, viva o boi branco com um coração vermelho na testa, que conquistou a taça e o casal de namorados.


  Um texto de Eva Ibrahim Sousa.

 Com consultas ao Youtube.

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