O GRANDE IMPREVISTO
CAPÍTULO
ONZE
A mulher procurou em todos os cômodos
da casa e nada encontrou. Então, ligou para a casa da sogra para assuntar se
seu marido teria ido para lá.
–Não, a sogra foi categórica; muito assustada
também queria saber do filho.
Celina
se vestiu e, desesperada foi até a casa da sogra; os pais de Fernando estavam
prontos, esperando por ela. Naquele momento começou a grande caçada. Procuraram
o rapaz em todos os lugares onde houvesse uma pequena possibilidade de
encontra-lo.
Pararam
para comer alguma coisa e pensar onde Fernando poderia estar. Depois voltaram
para casa, precisavam verificar se ele havia levado os documentos e outros
pertences; o celular estava com Celina, ela pegara ao sair pela manhã.
A
preocupação aumentou quando encontraram a carteira com documentos e dinheiro na
gaveta do criado-mudo; ele não levara nada. Celina estremeceu ao ver a bermuda
e a camisa que ele usava na noite anterior; seu marido saíra de pijama. Então,
ela começou a chorar, deveria ter acontecido alguma coisa grave com Fernando.
A
sogra se ajoelhou no tapete e começou a rezar, também temia o pior; o sogro
pegou o telefone para ligar para a polícia. Naquele momento chegaram os pais de
Celina e o irmão da moça. Celso, irmão mais velho de Celina, viera para ajudar
na procura do cunhado.
Ele
teria que tomar as providências, uma vez que todos ali estavam nervosos e
ansiosos demais. O rapaz teria que ir à delegacia para dar queixa e formalizar
o desaparecimento do cunhado. Sentia
pena de Celina por tudo que ela estava passando.
Depois das formalidades na delegacia o rapaz
foi informado de que esperariam até a manhã seguinte, para iniciar as buscas,
isto é, as 24 horas necessárias para a polícia entrar no caso, disse o delegado
de plantão. Enquanto isso, Fernando poderia aparecer e a família deveria
comunicar à polícia.
Celso
retornou à casa de sua irmã, estava desolado, as notícias não eram boas. Teriam
que esperar ou procurar por conta própria. Eles deveriam procurar nos
Hospitais, Necrotério, lugares ermos, onde houvesse uma pequena possibilidade
de encontrar Fernando, foi o que o assistente do delegado sugeriu, quando Celso
saiu da delegacia.
O
rapaz disse que pediria a dois amigos para ajudá-lo a encontrar o cunhado.
Iriam procurar em todos os Hospitais e Necrotérios da região. Fernando não
poderia ter sumido, provavelmente estaria vagando pelas ruas em uma de suas
ausências.
Os
três rapazes rodaram a tarde toda e quando já tinha anoitecido voltaram de mãos
vazias. Nenhum sinal de Fernando, nos Hospitais e Necrotérios não havia ninguém
que se parecesse com ele e nas ruas das periferias também não encontraram
rastros do rapaz. Até no rio que cortava a cidade eles procuraram, porém, não
havia nenhuma pista; teriam que esperar o dia seguinte para procurar com o
apoio da polícia.
Amanheceu o sábado com chuva intermitente; o
dia fechado e frio deixou Celina mais desesperada. Dormira um pouco após tomar
um calmante; sua família passara a noite ali com a esperança de Fernando
voltar. Entretanto, não havia nenhuma notícia do seu marido e logo após,
chegaram os pais do rapaz; queriam notícias do filho desaparecido.
Um texto de Eva Ibrahim.
Continua
na próxima semana.