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sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

" A VIDA É FEITA DE ESCOLHAS; QUANDO VOCÊ DÁ UM PASSO À FRENTE, INEVITAVELMENTE ALGUMA COISA FICA PARA TRÁS". AUTOR DESCONHECIDO.-- OS DIAS BONS TE DÃO FELICIDADE E OS MAUS TE DÃO EXPERIÊNCIA. EVA IBRAHIM.

                    DESENCONTROS

                                       CAPÍTULO TRÊS
         A chegada de um bebê, em geral, traz alterações na vida de uma família. O pós-parto compreende um prazo de três meses de adaptação, onde a ansiedade e angustia tomam conta dos pais. E, se ele for prematuro, tudo se torna duplamente difícil. O casal não consegue pensar como poderá levar aquele ser pequenino cheio de aparelhos para casa.

Começam a se estranhar com perguntas do tipo:

          - Como isso pode acontecer conosco?
         – Você não se cuidou como devia. Fez esforço desnecessário.  Samuel dizia em tom alterado.

        Celi começou a chorar...
         – Não tivera culpa de nada. O médico dissera que estava tudo bem.

          A mãe da moça precisou intervir para que a filha pudesse descansar, pois ainda estava de resguardo e aparentemente fraca.

O marido estava visivelmente decepcionado com a pequena filha, aliás, tinha medo de se aproximar dela. E, também estava criando uma rejeição em manter contato com sua mulher. Ficava o menor tempo possível no Hospital e quando Celi ia para casa trocar as roupas ou pegar alguma coisa, ele inventava uma desculpa para escapar dela.

Luana estava com 28 dias quando teve um agravamento de sua saúde, que já não era boa. Estava com pneumonia e os médicos disseram que dificilmente ela sobreviveria. No entanto, Celi ficou ao lado da filha durante todo o tempo pedindo a Deus por ela e este ouviu suas preces. A pequena criança se mostrou guerreira e resistiu, apresentando melhoras.

Celi estava emagrecida e com os olhos fundos; carecia de alimentação e descanso. Depois foi encaminhada para o Pronto Socorro para tomar soro, precisava ficar forte para cuidar da filha.

Samuel, algumas vezes, aparecia ali no Hospital, no entanto, logo sumia. Não queria ver as duas mulheres, mãe e filha definharem; preferia ficar na rua com os amigos. A vida fora ingrata com ele, pensava constantemente.

Assim, os dias foram passando e depois de três meses a menina teve alta. Celi levou a pequena criança para casa com uma porção de restrições. Luana precisava de cuidados 24 horas por dia; a mãe era só dela. A moça passou a viver em função da filha, vivia cansada e não se importava com o marido.

 Samuel sentiu na pele o descaso que Celi impusera a ele, ou cuidava da criança ou da casa. A comida nem sempre estava pronta, a roupa raramente estava limpa e a casa se tornara uma bagunça. A mãe ou a sogra, algumas vezes, iam dar uma mão, mas não era rotina e Samuel não queria ajudar em nada. Dizia que era o provedor e pronto, não tinha deveres domésticos.

Celi passou a dormir com a filha, pois tinha medo que ela se afogasse. Passava o tempo dentro de casa olhando a menina para ver se estava respirando, parecia desnorteada e solitária. O marido vivia nos bares com os amigos.
Um texto de Eva Ibrahim.
Continua na próxima semana.


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