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quarta-feira, 27 de novembro de 2019

"PORQUE DEUS AMOU O MUNDO DE TAL MANEIRA, QUE DEU O SEU FILHO UNIGÊNITO, PARA QUE TODO AQUELE QUE NELE CRÊ, NÃO PEREÇA, MAS TENHA A VIDA ETERNA". JOÃO 3;16 BÍBLIA SAGRADA.

COMPAIXÃO, O AMOR MAIOR

CAPÍTULO QUATRO

          Andreia e Samuel tomaram fôlego, depois acompanharam o séquito, que seguia pela rua cheia de gente olhando. O casal sentia o peso daquela roupa antiga, parecia carregada de dor e tristeza e se mantinham a certa distância dos tumultos.

           Por onde passavam, na sequência da história da Paixão de Cristo, a maioria parava para tecer escárnios e alguns para lamentar a situação do condenado. Entre tantas pessoas havia um grupo de mulheres, que seguiam Jesus de Nazaré e o admiravam pelos seus ensinamentos. Entre elas estava uma mulher chamada Seráfia, mulher de Sirac, membro do conselho do Templo, que nutria profunda admiração e compaixão por Jesus.

          Seráfia já havia sido repreendida por seu marido, por se juntar às mulheres piedosas da localidade. No entanto, queria aliviar as dores do condenado. Por isso, ela preparou uma bebida leve, a base de vinho, e colocou em um cântaro, queria oferecer a Jesus e aplacar sua sede, durante o caminho para o calvário. Saiu as ruas acompanhada de uma menina, que ela havia adotado, esperando uma oportunidade de se aproximar e oferecer a bebida.

            Porém, em sua primeira tentativa não obteve sucesso, a multidão se aglomerava e os soldados romanos as repeliam, com empurrões e açoites. Seráfia voltou para sua casa e resolveu aguardar até que o séquito passasse por ali. Não pensava em desistir, a sua compaixão era maior que o medo do perigo.

               Ficou à espreita, e quando se aproximavam, ela saiu de mãos dadas com a menina. Esta segurava a bebida debaixo de seu manto, enquanto a mulher trazia um lenço pendurado em seu ombro. Mais alguns passos e Jesus cambaleia e cai. Nesse momento, Seráfia se aproxima dele, pois o acompanhava de longe e vendo o caído no chão, sentiu que era a hora de demonstrar sua compaixão.

            Aproximou-se tirando o lenço, que estava depositado em seus ombros, depois ajoelhou-se e o ofereceu ao condenado, dizendo:

             - “Permita-me enxugar o rosto do meu senhor”.

           Jesus aceitou e limpou seu rosto, apertando-o com sua mão esquerda e depois com as duas mãos.  Em seguida, devolveu a peça para a mulher, que estava manchada de sangue e suor. Serafia beijou o tecido, dobrando-o e escondendo debaixo de suas vestes, em seguida levantou-se.

             Nesse momento, a menina se aproximou, tentando dar-lhe a garrafa com a bebida, mas foi impedida pelos soldados romanos, que açoitando o ser divino, afastaram a mulher e a criança aos empurrões. Logo após, o condenado prosseguiu com sua cruz. A mulher e a menina entraram correndo para dentro de sua casa, deixando muita gente comovida com a cena.

           Andreia começou a chorar, era triste demais presenciar tamanha atrocidade, então se recostou em seu porto seguro, que era seu marido. Samuel a puxou para debaixo de uma árvore e tirando da bolsa um copo de água, ofereceu à sua mulher. Depois seguiram o povo, acompanhando as estações do calvário.

            A beata, entrando em sua casa, estendeu o lenço sobre a mesa e caiu desfalecida no chão; a emoção fora grande demais. A menina com o cântaro de vinho nas mãos ajoelhou-se, ao seu lado chorando. Foram encontradas, depois de algum tempo, por um amigo da casa, que fora visitar a família.

            O homem ficou estarrecido ao constatar o rosto de Jesus estampado no tecido, de uma forma maravilhosa e terrível ao mesmo tempo. Tratou de reanimar a mulher e apontou para a face estampada no sudário, demonstrando espanto. Seráfia se ajoelhou comovida exclamando:

             - “Agora vou abandonar tudo, o senhor deu-me uma lembrança”.

           Naquela época era comum oferecer um lenço as pessoas aflitas ou doentes, era sinal de compaixão. A partir desse dia, Seráfia passou a ser chamada de Verônica, que quer dizer: (vera icon) verdadeira imagem. Depois ela continuou a acompanhar seu senhor e estava presente durante o suplício no Calvário, de Jesus de Nazaré.

                Verônica mantinha o santo sudário na cabeceira de sua cama, até o dia de sua morte, então foi levado para a igreja.

              Essa é a história da mulher que conseguiu minimizar as dores do condenado, com um gesto de extrema coragem e compaixão.

            Jesus está sempre presente em todas as ocasiões que ocorrem dores e traumas insuportáveis. Esse fato demonstra a importância da misericórdia e solidariedade entre os seres humanos. Andreia suspirou e abraçando Samuel disse:

            - Que honra teve aquela mulher ao demonstrar amor e compaixão pelo filho de Deus.

             - Sim, essa é a mais linda história de amor vivenciada na terra. Apesar de fatos terríveis apresenta o maior amor do mundo; o AMOR DE DEUS pelos seus filhos imperfeitos. Concluiu o marido.

               Ainda faltava um bom pedaço para chegar ao monte Gólgota.

 Um texto de Eva Ibrahim Sousa
Com consultas ao Youtube

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