NA CORDA BAMBA
CAPÍTULO CINCO
Vitória estava decidida a enfrentar aquela
situação de igual para igual. Ele veria que ela também sabia se mostrar
indiferente e magoá-lo com o desprezo. Edu sentiria na pele o que fizera a ela; iria dar em cima de um de seus amigos.
Júlio, um amigo de Edu, já se
insinuara para ela por diversas vezes e ela nunca aceitara sair com ele, porque
estava interessada em Edu. No entanto, agora seria diferente, o Júlio seria de
grande valia.
Tinha
uma semana para se preparar para o baile de abertura do Carnaval e quatro dias
de carnaval para fazer o Edu sofrer. Juntou alguns amigos e propôs montarem um
bloco de Carnaval com Colombinas, Arlequins e Pierrôs.
Convidou
a Lídia, irmã de Edu e trataram de comprar as fantasias de cada personagem o
mais característica possível. Júlio seria o Arlequim de Vitória, que faria o Edu
sentir ciúmes; no entanto, o pobre rapaz nada desconfiava e aceitou o convite
para participar do bloco; ficou feliz por Vitória ter se lembrado dele.
Um
grupo de oito pessoas, quatro mulheres e quatro homens, cada um com sua
parceira; assim o divertimento seria garantido. Todos mascarados e cheios de
energia estariam pulando no salão. Duas Colombinas de vestidos de seda brancos
e duas de vestidos de seda vermelhos. Os homens dois Arlequins de roupas azuis
e dois Pierrôs de roupas laranja.
Quando
o bloco adentrou ao salão, a maioria das pessoas se voltou para admirá-los,
estavam exuberantes e alegres. Todos mascarados e disfarçados; havia um pacto
entre eles para permanecerem no anonimato. Ninguém deveria tirar a máscara, que
deixava de fora apenas a boca.
A orquestra tocava com potência
máxima, havia muita alegria no ar e quando Vitória viu o Edu adentrar ao
recinto com a moça loura, que estava na rede social, ela tremeu de raiva. Então,
ela tratou de agarrar o Júlio e disfarçadamente se aproximou do novo casal.
O grupo se misturava aos demais
foliões e cada um seguia suas intuições. Vitória estava muito infeliz, porém,
debaixo da máscara ninguém poderia ver e ela seguia agarrada a cintura de Júlio,
como se aquele fosse o seu grande amor.
Ela estava muito magoada e não pensou
nos sentimentos de Júlio, que se empolgou e lhe deu um beijo em frente ao Edu.
Nesse momento, Edu parou para olhar quem estava com seu amigo e acabou por
reconhecer Vitória. Naquele momento ele deu um sorriso carregado de
cumplicidade.
Por debaixo da máscara ela ficou
vermelha, então percebeu que caíra numa roubada; agora o Edu não iria querer
mais nada com ela, pois, sempre dizia que:
-“Mulher de amigo, para mim é homem”.
A
moça se desvencilhou do rapaz que ainda segurava em sua cintura e se dirigiu ao
banheiro, precisava chorar. Vitória se dera mal e agora estava em uma corda
bamba.
Um
texto de Eva Ibrahim. Continua na próxima semana.