LUANA
A PEQUENA FLOR
CAPÍTULO
DOIS
O novo lar estava preparado para que
o casal pudesse iniciar a vida em comum. As famílias dos noivos se empenharam
para que tudo ficasse pronto antes da data marcada, queriam muito o primeiro
neto. Fora encomendado de maneira pouco responsável, isto é, sem estrutura de
família, porém era muito bem-vindo, diziam as avós.
Havia no ventre de Celi uma semente de amor
sendo gerada e ela merecia todo cuidado do mundo. Samuel colocou a esposa delicadamente
na cama; amava os dois que estavam ali e faria tudo para protegê-los. Naquele
momento eles perceberam a diferença em estar casados, agora teriam que assumir
as responsabilidades para cuidar da casa e futuramente do bebê, que estava a
caminho.
Na hora do amor, Samuel ficou
olhando para o ventre de Celi, que já despontava levemente do seu leito
natural. Logo saberiam o sexo da criança. Dormiram abraçados, estavam felizes.
Os dias corriam rapidamente, então,
souberam que teriam uma filha, a quem chamariam de Luana. Tudo correu
normalmente até o sétimo mês e Luana nasceu prematuramente depois de muita
correria.
A bolsa de águas se rompeu dentro do
Supermercado e a moça ficou paralisada no meio do corredor de frios. A água
escorria por suas pernas sem que ela conseguisse segurar. As pessoas foram se
juntando ao redor da gestante, que parecia assustada. Então, a segurança do estabelecimento
trouxe uma toalha e Samuel enrolou no corpo de Celi, colocando-a no automóvel.
Depois saiu dirigindo feito louco até o Hospital.
O rapaz adentrou à emergência
gritando que o bebê estava nascendo, entretanto, a situação se apresentou bem
mais complicada e precisou de uma intervenção cirúrgica para que Luana pudesse
sobreviver. A menina, que era prematura, nasceu com baixo peso, problemas
respiratórios e foi para a Unidade de Terapia Intensiva.
Samuel sentiu-se perdido, não estava
preparado para enfrentar aquela situação. A mãe com uma cirurgia na barriga e a
filha pequenina em meio a uma porção de aparelhos para poder respirar. Estava
decepcionado, pensava que seria igual aos seus conhecidos, isto é, sairiam dali
com a Luana no colo linda e cheirosa.
Nos primeiros dias, Samuel ficava no Hospital
com Celi, depois passou a dizer que tinha que trabalhar e foi se afastando
lentamente. Celi teve alta, entretanto, passava a maior parte do tempo no
alojamento da UTI neonatal, pois, deveria amamentar a filha e aguardar que ganhasse peso
para poder leva-la para casa.
Um texto de Eva Ibrahim.
Continua
na próxima semana.