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quarta-feira, 15 de maio de 2019

"ROMARIA" (...) "ME DISSERAM, PORÉM, QUE EU VIESSE AQUI. PRA PEDIR EM ROMARIA E PRECE, PAZ NOS DESAVENTOS. COMO EU NÃO SEI REZAR, SÓ QUERIA MOSTRAR MEU OLHAR, MEU OLHAR, MEU OLHAR." RENATO TEIXEIRA

ROGAI POR NÓS

CAPÍTULO CINCO
           Marcelo encostou o automóvel em uma pracinha e retribuiu o beijo. Este foi diretamente na boca de Angel; eles já estavam prontos para trocar carícias. Brotava, naquele momento, um sentimento de amor, que vinha sendo germinado desde o dia, em que se encontraram no P.S.

Ficaram ali se entreolhando e trocando beijos durante algum tempo, depois saíram em direção à casa de Angel. Ela desceu do veículo, estava andando nas nuvens, lhe faltava o chão firme. Estava emocionada com a chegada do primeiro amor; um sentimento que surgia forte e promissor.

A menina se mostrava ansiosa para a chegada do domingo de manhã, porque seguiriam para a cidade de Aparecida do Norte, no vale do Paraíba. Estava eufórica para a viagem com os pais de Marcelo. Uma visita de agradecimentos à santa de devoção dos peões de boiadeiro, de quem agora ela, também, se tornara devota.

             Ainda estava escuro, quando a caminhonete encostou para levar mãe e filha para a viagem programada. Marcelo estava sentado no banco da frente com seu pai e atrás iam as três mulheres. A mãe do rapaz, Olga e Angel, estavam alegres e conversavam amistosamente.

             Após uma parada para esticar as pernas e tomar um café, a viagem alcançava seu destino. Ainda estavam na entrada, quando avistaram a Basílica, altiva e imponente. O pai parou o veículo e todos desceram para apreciar a paisagem maravilhosa. Uma vista única, onde o destaque era a imensa Basílica de Aparecida. Situada em um plano elevado e tendo a cidade aos seus pés, com toda a estrutura de estacionamentos ao redor de sua sede, parecia reinar e abençoar toda a região.

             Extasiados, seguiram viagem e entraram na cidade, que tem seu comércio todo voltado para os romeiros e turistas que visitam o santuário. Aos domingos, desde as primeiras horas da madrugada, os visitantes começam a chegar em ônibus e, aos poucos tomam conta de todas as ruas e estacionamentos existentes por ali.

             O Sol apareceu dando brilho a fachada da Basílica e anunciando um domingo luminoso. Os novos romeiros seguiram a pé as escadarias da igreja. Entraram e se surpreenderam com a quantidade de pessoas que havia lá dentro. Uma multidão pronta para assistir à missa das dez horas e render homenagens à santa.

             O tempo passou rápido, envolvido pelos cânticos e louvores à Nossa Senhora; um clima de amor e paz reinava entre os fiéis. Uma fila enorme se formou, para receber a comunhão das mãos do bispo e padres, que entregavam a hóstia aos comungantes.

           Quando a missa terminou, a fila se formou em frente a imagem original da santa, aquela que foi encontrada pelos pescadores no rio Paraíba do Sul, no Estado de São Paulo em 1717. Exposta em um nicho dourado na parte alta da igreja e protegida por vidros blindados, era o foco principal de todos os romeiros. Cada um se ajoelhava e rezava à virgem, em agradecimento por graças recebidas ou até por um pedido urgente e necessário.

            A imagem original da Santa, que ficava exposta no altar, sofreu um ataque, que a despedaçou e teve que ser restaurada. Depois desse fato, a imagem só pode ser contemplada, mas não pode ser tocada.

             Depois do grupo se ajoelhar diante da imagem, em agradecimento aos livramentos recebidos, foram até a sala de milagres. Um verdadeiro arsenal de velas, partes do corpo humano confeccionados pelos mais variados materiais, lembranças de todos os tipos e vindas de todas as partes do país, testemunham a fé e os milagres recebidos.

             Marcelo e Angel se deslocavam mais rapidamente que seus pais e ele a levou a uma barraca de lembranças de Aparecida. Lá ele escolheu uma corrente com medalha da santa e deu de presente à Angel. Disse que era para protege-la de qualquer mal que se aproximasse. Ela sorriu e colocou no pescoço, depois o beijou na boca.

            No entanto, teriam que levá-la para ser benzida e o casal voltou à igreja, enquanto os pais ficavam descansando em uma lanchonete. Procuraram um padre e a medalha foi benzida com água benta e colocada novamente no pescoço da menina.

             Angel estava orgulhosa do presente recebido e ostentava em seu colo a imagem da santa, estava feliz da vida. Almoçaram na lanchonete e ao adentrar o veículo, todos olharam para trás e pediram.

          - Rogai por nós, Santa Mãe de Deus!

E, seguiram a viagem de volta, envolvidos por sentimentos de amor e paz, depois de um dia de devoção e muita fé.  
    
 Um texto de Eva Ibrahim Sousa

MEU MUNDO REINVENTADO.

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