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quarta-feira, 15 de julho de 2020

"ROUPA NOVA" "(...) EU TE AMO E VOU GRITAR PRA TODO OUVIR, TER VOCÊ É MEU DESEJO DE VIVER. SOU MENINO E TEU AMOR É QUE ME FAZ CRESCER E ME ENTREGO CORPO E ALMA PRA VOCÊ". COMPOSITORES: CLEBERSON HORSTH VIEIRA DE GOUVEIA/ RICARDO GEORGES FEGHALI

A ATERRISSAGEM

CAPÍTULO DOIS
               O avião baixou de altitude e começou a dar voltas e mais voltas, sem descer o suficiente para tocar o solo. Os passageiros que estavam agoniados, começaram a rezar e lamentar alto dentro da aeronave, deixando os mais vulneráveis em pânico. As mulheres e as crianças começaram a chorar, inclusive a Júlia, que se agarrou ao corpo de Otávio.

            Alguém cogitou de qual seria o motivo da demora, para a aeronave tocar o solo:

            - O comandante deve estar gastando o combustível, para minimizar a possibilidade de pegar fogo. E outros passageiros concordaram:

            - É isso mesmo! Ouviu-se em coro.

            Trinta longos minutos se passaram, até que se ouviu a voz do comandante novamente:

            - Segurem-se todos, aqui vamos nós.

           Houve um silêncio mortal dentro do avião e quando ele bateu no solo, todos gritaram. Foram momentos terríveis, houve uma pressão intensa no interior, coisas caindo de dentro dos bagageiros, bancos que se soltaram, algumas pessoas ficaram feridas e todos os passageiros estavam assustados. Júlia ficou com o pé preso no banco que se soltou e bateu a cabeça no encosto do banco da frente.

              Quando a aeronave parou e desligou os motores, todos se entreolharam e agradeceram a Deus por estarem vivos. Otávio olhou para fora e viu uma grande área com espumas brancas, muitos carros do corpo de bombeiros e ambulâncias ao redor do avião.

              Então, ele percebeu o perigo que haviam passado e o motivo da demora em aterrissar. O comandante estava esperando a preparação do socorro, além de gastar combustível. Nesse momento, as comissárias de bordo começaram a organizar a descida e avaliar os feridos.

            Otávio tratou de ajudar Júlia a soltar seu pé e deu um guardanapo, que sobrara do lanche, para ela apertar o ferimento na testa e estancar o sangue. Era um corte de cerca de três centímetros, que sangrava muito escorrendo até sua boca.

           Havia pânico dentro do avião, todos queriam sair rapidamente. Do lado de fora foi colocada uma esteira, para as pessoas deslizarem até os colchões de ar, que recebiam os passageiros no solo. Dali, os socorristas encaminhavam os feridos até as ambulâncias.

As comissárias tentavam organizar a descida, colocando os feridos mais graves, as mulheres e as crianças na frente. Em seguida, aos poucos foram descendo os passageiros  com ferimentos leves e por último os homens que não se feriram. Júlia desceu antes de Otávio, além de ser mulher, tinha um sangramento na testa e não conseguia andar.

A moça foi levada para dentro da ambulância, na qual seria examinada. Depois de receber um curativo na testa, foi colocada em uma cadeira de rodas ao lado do veículo, ficara aguardando o rapaz, que acabara de conhecer. Deveria ser encaminhada ao pronto socorro para fazer uma sutura no ferimento e um Raio x do tornozelo.

Otávio sentia dores no ombro e na cabeça, pois caiu uma bolsa do bagageiro, que possivelmente tinha um notebook em seu interior, em cima de sua cabeça e resvalou no ombro. Ambos deveriam ser encaminhados ao Pronto Socorro. As ambulâncias do terminal aéreo estacionaram e os feridos foram direcionados para o atendimento necessário.

A moça e o rapaz foram atendidos e encaminhados para o Raio x. Não foram constatadas fraturas, mas o tornozelo da moça sofreu uma torção e estava bastante inchado. O ombro do rapaz teve um deslocamento, que precisou de uma redução. Júlia levou três pontos de sutura na testa e ambos tomaram analgésicos na veia, para diminuir suas dores.

                Quando estavam para serem liberados, chegaram os familiares dos dois, que ficaram sabendo do acidente pela mídia. Assim, cada um seguiu para a casa de seu familiar.

            A sobrevivente precisou tomar calmantes para poder dormir, estava ansiosa e chorosa demais. O rapaz estava tão cansado que adormeceu logo, nem se lembrou da noiva que o esperava.

            Quando acordou pela manhã, lhe disseram que Liana estava ligando de meia em meia hora, pois queria notícias. Ela estava de quarentena em sua casa, era o décimo quarto dia de isolamento. Otávio sentou-se na cama, tinha dores no ombro e queria tomar um banho, depois iria até a casa da noiva.

 Um texto de Eva Ibrahim Sousa

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