O
ENCONTRO
CAPÍTULO DOIS
A moça adentrou o salão e parou ao
ver que havia muita gente no local. Com um olhar mais aguçado, ela procurava
pelo namorado, mas Gabriel não estava à vista. Os minutos pareciam uma
eternidade e quando já estava ficando preocupada e pensando que ele não viera
busca-la, Viviane avistou dois braços agitados por detrás de um muro humano. Em
seguida, pedindo licença e abrindo caminho, apareceu o seu amor. Ela sorriu,
estava emocionada e com o coração disparado.
Gabriel foi ao seu encontro e a
abraçou fortemente, depois a beijou e outro abraço e outro beijo. Permaneceram
juntinhos por algum tempo. O cheiro de um se fundia no cheiro do outro, era
muito amor para compartilhar. Depois, ele se afastou segurando as mãos dela, e
com um olhar terno disse:
- Bem-vinda à Paraíba, eu a amo e
quero que se sinta em casa. Estou muito feliz com sua presença aqui.
–Sim meu amor, eu também o amo e
vou ficar bem ao seu lado. Ela respondeu e depois caminharam abraçados para o
estacionamento.
Com a bagagem colocada no veículo,
Gabriel seguiu para seu apartamento. Viviane encostou sua cabeça no ombro do
rapaz e agradeceu a acolhida. Parecia um sonho estar ali com seu novo amor,
queria esquecer o passado e construir um futuro cheio de felicidades.
O
rapaz morava sozinho e ela sabia disso, os pais dele moravam em um pequeno
sítio na periferia da cidade. Entretanto, ele queria que ela se sentisse à
vontade e sendo assim, mostrou o quarto de hóspedes, para ela colocar suas
malas e utilizar o banheiro. Enquanto isso, Gabriel foi preparar um lanche,
pensava que sua namorada poderia estar com fome.
A moça saiu do quarto, estava linda, cheirosa
e sensual. E quando viu a mesa posta,
ficou surpresa. Lancharam e depois sentaram-se no sofá, tinham muito para
conversar. Entre abraços e beijos puseram a conversa em dia, mas Gabriel não
queria que ela pensasse que ele era um aproveitador, então a convidou para dar
uma volta. Queria que ela confiasse nele e daria tempo para isso.
Foram ao Parque do Povo onde fica
a Pirâmide, um grande salão onde acontecem os shows, os casamentos coletivos e
as apresentações das quadrilhas de toda a região. Ali também, é o local onde o
povo dança até de madrugada ao som do forró, que engloba distintos gêneros
musicais, tais como: xote, baião, xaxado, arrasta-pé e outros. Com variações de
passos característicos do nordeste brasileiro, os casais dançam juntos e de
rosto colado, em uma dança bastante sensual.
O Parque do Povo foi construído
pala prefeitura de Campina Grande, é um espaço enorme destinado aos festejos do
maior São João do mundo. Durante um mês inteiro de festas, são comemorados os três santos: Santo Antônio no dia treze de junho e na noite do dia doze acontecem os
casamentos coletivos, bancados pela prefeitura de Campina Grande.
No dia vinte e quatro é comemorada a
festa de São João, com fogueira e muitos fogos de artifício e no dia vinte e
nove a festa é de São Pedro. No pátio fica a cidade cenográfica onde estão, a
enorme fogueira, o Museu histórico e geográfico, o Cassino Eldorado e a
Catedral de Nossa Senhora da Conceição, que é uma réplica da Catedral original,
que fica no centro da cidade.
Nessa praça ficam cinco ilhas de
forró e seis palcos de shows. Ali também estão dispostas as muitas barracas de
comidas e bebidas típicas, além dos quiosques de artesanatos e lembrancinhas do
local. O evento chega a receber multidões durante todo o mês de festejos.
Viviane e Gabriel estavam passeando pelo local, então o rapaz a conduziu até
uma barraca, e sorrindo lhe disse:
- Vamos tomar uma novidade daqui,
que tenho certeza que você não conhece. Milk shake com cachaça.
- Não, eu não bebo, vou passar
mal, é melhor ficar na água com gás, a moça retrucou.
- É somente para ficarmos mais
alegres, vamos experimentar, disse ele.
- Só se puser bem pouquinho de
cachaça, então eu tomo, completou a moça.
Com os copos nas mãos, foram
sentar-se em um banco da praça. Viviane tomou e gostou, parecia um licor e
depois voltaram ao salão; Gabriel a enlaçou para dançar. Sob protestos, ela o
acompanhou. Dançaram agarradinhos até as onze horas da noite, então ela pediu
para irem descansar.
Chegaram ao apartamento exaustos,
ele a ajudou a despir-se e foram dormir agarradinhos, de comum acordo. A noite
seria a testemunha da realização de um grande amor.
Um
texto de Eva Ibrahim Sousa.