MULHER DE AMIGO
CAPÍTULO SEIS
O baile de carnaval, para Vitória,
terminou ali, nada mais interessava a ela. Entretanto, o Júlio estava empolgado
e não largava de sua cintura. Enquanto isso, o Edu dançava grudado ao corpo da
loira, que fazia questão de se esfregar nele. Vitória curtia uma tortura dupla,
tinha que aguentar o Júlio querendo beijá-la e presenciar o seu amor agarrado à
outra pessoa.
Então, ela começou a se queixar de
dor nos pés, para poder sentar-se um pouco e se livrar do assédio do Júlio. A
turma toda sentou nas cadeiras ao redor da mesa para tomar uma bebida, pois,
estava muito calor. Eram jovens e riam alto, enquanto tomavam a cerveja gelada.
Entre um comentário e outro soltavam piadinhas sarcásticas; era uma turma
animada.
O único pensamento que ocorria para
Vitória era que fizera uma besteira, querendo provocar ciúmes no seu amor.
Agora estava arrependida, pois o Edu nunca mais olharia para ela como mulher. A
partir daquele dia seria apenas a namorada do Júlio e, sem nenhuma chance de recomeçar
a sua história com ele.
Sentada
no canto, Vitória olhava para a pista de danças e queria sumir dali ao ver o casal,
que se beijava a sua frente; era a loira e seu amor. Estava frustrada e ainda
tinha que aguentar a aproximação do Júlio que insistia em beijá-la; ela sabia
que era culpada por ter dado confiança a ele, porém, já passara dos
limites.
O rapaz já estava eufórico por causa
da bebida e não se contentava em ficar ao lado da moça, queria ficar abraçando
e beijando sem parar. Então, ela o empurrou e ele caiu sentado no chão do
salão. Foi uma zoeira dos amigos, que surpresos não paravam de fazer piadinhas,
inclusive o Edu se aproximou para rir com os companheiros.
Vitória não aguentou e saiu de fininho
para que ninguém a visse. A moça saiu correndo a pé e só parou quando chegou à
sua casa. Estava exausta e foi chorar em sua cama, se tornara uma Colombina
desastrada.
Durante
a noite o telefone tocou por diversas vezes, porém ela não se levantou para ver
quem estava chamando. O dia amanheceu e ela precisava ir ao banheiro, então
pegou o celular e verificou que as chamadas eram de Júlio, que em uma mensagem
dizia querer se desculpar pelo excesso que cometera na noite anterior.
Ela
ficou pálida de raiva, não queria ver o Júlio nunca mais; ela queria as
desculpas de Edu e não daquele, que para ela não passava de um estepe. Ao invés
de ajuda-la ele acabou por atrapalhá-la. Agora se tornara, para o seu amor, apenas
a mulher de um amigo.
Um
texto de Eva Ibrahim. Continua na próxima semana.