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sexta-feira, 23 de outubro de 2015

"HABITUE-SE A OUVIR A VOZ DO CORAÇÃO. É ATRAVÉS DELE QUE DEUS FALA CONOSCO E NOS DÁ A FORÇA QUE NECESSITAMOS PARA SEGUIR EM FRENTE". IRMÃ DULCE - SIGA O SEU CORAÇÃO. EVA IBRAHIM

A VOZ DO CORAÇÃO
CAPÍTULO SETE
Durante duas horas houve louvor a Deus e cantoria naquele local; alguns testemunhos de pessoas emocionadas e a pregação do evangelho pelo Pastor. Alda permanecia quieta e com pensamento fixo em algo maior; um anjo, uma entidade de luz ou o próprio Jesus. Queria que ouvissem o seu coração, pois era ali que estavam guardadas todas as amarguras e aflições de sua vida. Ela podia sentir o coração pulsando acelerado e querendo sair pela boca; estava ansiosa demais.

Não era religiosa, entretanto, trazia consigo ensinamentos que a levavam a acreditar que o mundo era regido pelo bem e o mal, o céu e o inferno. Essas dualidades estavam sempre presentes na vida das pessoas e aquela que fosse alimentada seria a dominante em cada ser; Alda acreditava nisso.

Estava cansada e precisava de ajuda dos céus para superar tantos problemas. Queria esquecer a desgraça que vitimara o menino e recomeçar a vida ao lado do marido e filhos; a família era um bem precioso. Sentiu-se egoísta com este pensamento:

- Como poderia pensar desse jeito? E a família da criança morta?
Pediu perdão a Deus e seus olhos encheram-se de lágrimas.

– Pobre mãe, deveria estar sofrendo mais do que tudo no mundo. No entanto, a vida continua e nada poderá trazer o menino de volta.

Pensou em voz alta, depois abaixou a cabeça, a situação estabelecida fora cruel com todos. O Deus dos milagres sabia que ela não era maldosa e a perdoaria por querer ser feliz com sua família.

                Seu coração se enchera de esperanças, a Igreja era um bom lugar e lhe transmitia paz. As crianças permaneceram quietas e atentas. A Ana, que já era uma mocinha, seguia os rituais e quando Alda olhou para ela, a filha estava cantando com os demais. A sogra chorou em vários momentos, queria que seu filho se recuperasse. Todos que ali estavam foram envolvidos por uma energia dominante.

            Sibele sorriu quando o último acorde foi dado, praticara uma boa ação levando a família da vizinha ao culto evangélico. Alda até sorriu para ela em agradecimento. O grupo saiu alegre, estavam no caminho certo. Era a voz do coração que cochichava para Alda, que nem tudo estava perdido.

            Chegando à casa ela sentou-se ao lado do marido que ainda dormia, então, olhou para ele com novos olhos. E, lá no fundo do coração ela fez uma promessa a Deus. Vitório também estava sofrendo e se embriagava para esquecer a cena que provocara.

             - Levaria o marido, aquela alma inquieta, para a Igreja, não importava o tempo; um dia estariam todos lá, louvando ao Senhor.

            Alguma coisa aconteceu e o Vitório quis saber porque estavam andando com as melhores roupas e não paravam mais em casa. Alda o convidou para irem juntos a Igreja, porém ele respondeu grosseiramente:

- Que Igreja vai tirá-lo daquela situação? Aquele lugar é para quem não tem serviço e quer ficar bajulando o Pastor.

Depois saiu rumo ao bar, precisava beber. A mulher ficou orando para que ele ouvisse a voz da razão, agora tinha fé. Ficaria feliz no dia em que Vitório a acompanhasse à Igreja.

Voltou outras vezes aquela casa de oração e louvor; estava sempre acompanhada da vizinha, da sogra e dos filhos. E, a cada dia aumentava a certeza de que estava no caminho certo, pois se acalmava ao ouvir a palavra de Deus. Havia uma esperança de que dias melhores estavam por vir, o pior já havia passado. Então, Alda aprendera a escutar a voz do coração.
Um texto de Eva Ibrahim.

Continua na próxima semana.
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