AH! O AMOR ESTÁ NO AR
CAPÍTULO VINTE E TRÊS
O novo casal de namorados tinha
muitos planos para o futuro. Haviam sofrido muito com doenças e agora que
estavam juntos, não poderiam perder tempo. Entretanto, Celina sentia uma grande
preocupação em relação aos filhos de Reinaldo; precisava conquista-los para
deixar o pai feliz e poder formar uma família unida. Uma vida tranquila era o
que Celina e Reinaldo desejavam. O amor que sentiam era o ponto de equilíbrio entre
ambos.
Ela
sabia que as crianças estavam com a avó materna, porém, para Reinaldo aquela
situação era provisória. Ele queria que os filhos voltassem a viver com ele,
Celina sabia disso. Sempre dizia ter saudades de brincar, passear e contar
histórias até os filhos adormecerem; queria cria-los do seu jeito. Por diversas
vezes ele deixou claro, que se algum dia voltasse a se casar, sua esposa teria
que aceitar os dois filhos dele; Larissa de cinco e Vitor de dois anos.
Celina acordara alegre no dia seguinte à sua entrega
ao novo amor. Na verdade, parecia que estava em estado de graça, cheia de
descobertas e encantamentos. Contou para sua mãe que estava apaixonada e tinha
a intenção de viver ao lado de Reinaldo. Depois frisou que, fazia tempo não
sentia tanta felicidade.
No
entanto, sua mãe a alertou de que era preciso manter a cabeça fria e entender,
que na realidade ela tinha muitos obstáculos para transpor. Deveria conhecer a
família de Reinaldo, as crianças e depois conquista-las, para então,
planejar um futuro. Deveriam começar contando sobre o novo relacionamento
para as duas famílias, da descoberta do amor e dos planos do casal.
Celina
temia encontrar resistência na mãe de Amanda, que tratava os netos como se
fossem seus filhos. Todos estavam feridos pelos acontecimentos e o novo casal deveria
conquistar um de cada vez, para eliminar qualquer rastro de mágoas no novo
caminho; ponderou a mulher, com uma ruga de preocupação na testa.
Depois, continuou, de comunicar aos adultos a decisão do casal e conseguir sua
aceitação, deverá criar vínculos com as crianças de respeito e confiança. Para
isso é necessário evitar demonstrações de amor com o pai delas, pois pode dar a
impressão de que a namorada esteja roubando o pai dos filhos. Devem deixar as
demonstrações de carinho para quando estiverem sozinhos. Celina absorvia todas
essas colocações que sua mãe expunha. A mulher compenetrada, falava pausadamente sobre experiências vividas e conhecidas de relacionamentos entre pais e filhos.
Vida nova era o que ela mais
desejava, tinha necessidade de deixar o passado e investir em uma vida com
Reinaldo e os filhos. Ela teria que aprender a gostar das crianças e a dividir
a atenção de seu amor com os enteados. Muitas dúvidas pairavam no ar e não
poderia ser diferente, pois, Celina nunca tivera filhos e teria que aprender a
lidar com estes.
-
Será que os filhos de Reinaldo vão me aceitar? Essa pergunta martelava a cabeça
de Celina dia e noite.
Difícil
responder logo de cara, disse sua mãe. Eu posso dizer que quem assume uma
relação assim, deve ter muita coragem, paciência e tato para agradar os dois
pequenos. Celina não poderia reclamar, pois sabia que Reinaldo era viúvo e
tinha dois filhos, desde a primeira vez que o viu.
No
entanto, o amor estava no ar com muitos sonhos para serem vividos e ela esperaria
ele tomar a atitude de promover o encontro com as crianças, para poder entender
a vida que levaria no futuro como esposa e mãe substituta; colocou a moça com um sorriso no rosto.
Um
texto de Eva Ibrahim. Continua
na próxima semana.