SEGURA NA MÃO DE DEUS
CAPÍTULO QUATRO
A moça estirada no chão ainda não se dera conta do ocorrido, tudo
aconteceu em alguns segundos. No entanto, a dor era insuportável e ela gemeu
alto chamando a atenção para si. Érica que estava a alguns passos dali se
voltou para ver o que havia acontecido. Vendo a prima caída em meio a uma poça
de água, arregalou os olhos dizendo:
- O que houve, pelo amor de Deus!
Segurando a mão esquerda com a outra mão, Maura gemia entre
soluços;
- Quebrei o braço e não consigo
me levantar.
Havia pouca gente no local, mas uma mulher se aproximou oferecendo
ajuda e logo após um homem também chegou e foi logo perguntando:
- Quer que eu a ajude a se levantar?
– Por favor, pediu Érica muito assustada.
Então, o homem colocou os braços sob as axilas de
Maura e a ergueu de uma só vez, sentando-a em um banco. Ela suava tanto, que o suor escorria pelo seu
rosto; mal conseguia balbuciar alguma coisa. Estava com o rosto desfigurado e,
com um esforço enorme segurava o braço esquerdo com a mão direita sobre a
cabeça, que era o lugar onde seu membro doía menos. Da alegria a dor fora apenas um segundo que se
passara, e tudo escureceu; Maura estava desesperada e com muito medo entre
espasmos de dor
Aos poucos foi juntando gente e
entre eles o gerente do Supermercado, que estava muito preocupado e com medo de
sofrer um processo por negligência. Havia uma enorme poça de água naquele local
e muitas testemunhas, onde a moça escorregara. O homem, imediatamente ligou
para o bombeiro, queria promover o socorro urgente, para que menos pessoas
possíveis pudessem ver, pois aquele fato era uma propaganda negativa ao
estabelecimento.
A
central dos bombeiros queria saber se a pessoa acidentada ainda estava caída no
chão e como houve a explicação de que já estava sentada, a orientação foi para
promover o socorro por conta própria ou iria demorar muito. Era domingo e havia
somente dois carros de plantão e como chovia sem parar, os chamados eram muitos;
havia uma fila deles.
Maura
já não aguentava mais, a mão boa doía por segurar o outro braço e não havia
outra posição, uma vez que seu braço estava destroncado. O mesmo bombeiro
orientou o local onde havia um ortopedista de plantão. Ficava do outro lado da
cidade e Érica preferiu pegar a rodovia por ter menos tráfego, pois teriam que
percorrer vinte quilômetros até chegar ao Pronto Atendimento citado pelo
bombeiro.
Enquanto Érica pegava o automóvel, alguém
trouxe uma cadeira de rodas onde Maura foi colocada e conduzida até o
veículo.
Então,
começou uma corrida louca contra o tempo e a dor.
Um
texto de Eva Ibrahim.
Continua
na próxima semana.