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quarta-feira, 14 de agosto de 2019

"A FLOR E O BEIJA-FLOR" "(...) SAUDADE DE UM BEIJA-FLOR, LEMBRANÇAS DE UM ANTIGO AMOR. O DIA AMANHECEU TÃO LINDO, EU DURMO E ACORDO SORRINDO. O DIA AMANHECEU TÃO LINDO, EU DURMO E ACORDO SORRINDO". COMPOSITOR: MARÍLIA MENDONÇA, HENRIQUE E JULIANO

O TREM DA ALEGRIA

CAPÍTULO SEIS
      O grande evento dos casamentos comunitários terminou, mas ficaria na boca do povo por muito tempo. Uma festa que não faltou nada, teve bolo com tema junino e refrigerantes para todos os casais brindarem ao amor. Uma noite inesquecível para muitos, que já tinham perdido as esperanças, de um dia realizar o sonho guardado há muito tempo.

A cidade estava orgulhosa por ter apresentado uma cerimônia impecável. Houve uma mobilização muito grande da comunidade, para garantir tamanho sucesso. Todos os envolvidos na produção do evento, traziam no coração a certeza do dever cumprido.

                   Viviane e Gabriel dormiram agarradinhos, era impossível escapar daquele convite ao amor. A semana continuava e Gabriel chegou do trabalho com uma surpresa para sua namorada.

            – Meu amor, aqui estão dois bilhetes para a caravana da alegria, que acontecerá no domingo. O rapaz falou, com um sorriso nos lábios.

             Viviane pegou os bilhetes e surpresa perguntou do que se tratava:

               - O que quer dizer caravana da alegria?

             - É o trem do forró, que sai de Campina Grande e vai até o distrito de Galante. Uma viagem, de cerca de doze quilômetros pela zona rural, carregada de música e alegria. É uma locomotiva toda enfeitada com bandeirinhas e balões alusivos às festas juninas. Em cada vagão vai um trio elétrico, autêntico, do forró, tocando o tempo todo.

            - Os viajantes vão cantando e dançando alegremente; é uma festa sobre trilhos, que espalha alegria por onde passa. O comboio é seguido por uma ambulância, para o caso de alguém beber demais e precisar de atendimento médico.

            - Chegando à localidade de Galante, os passageiros são recepcionados por danças de quadrilhas, fogos de artifício e iguarias típicas da região. Podem almoçar nos vários lugares disponíveis nos arredores. Os mais integrados vão dançar forró nos galpões ou curtir a feirinha, que se localiza em meio a praça. E, para quem gosta, pode andar de charrete pelo campo e admirar uma linda paisagem rural.

                  Viviane sorriu, as surpresas não terminavam, sem dúvida era o maior São João do Mundo.

              - Gabriel, eu nunca ouvi falar em um trem assim, mas ficarei muito contente em participar de uma viagem alegre e dançante.

                  O domingo chegou e se mostrou com um Sol brilhante, o casal se vestiu para a festança na roça e seguiram até a velha estação, de onde partiria o trem da alegria. Havia muita gente aguardando para adentrar à locomotiva, que fora toda enfeitada.

                  A jovem estava deslumbrada com a animação das pessoas vestidas a caráter. Muitos chapéus de palhas com flores de tecidos e fitas coloridas, saias floridas e xadrezadas enfeitadas com rendas, fitas e sianinhas. Os homens com calças remendadas, chapéus de palhas desfiados e rostos pintados. Estavam prontos para uma guerra de alegria e satisfação.

                  Gabriel e Viviane adentraram o vagão principal e sentaram-se em frente ao trio, que tocava músicas de forró. Depois que todos se acomodaram, a locomotiva começou a andar. Muitos bebiam, dançavam e cantavam sem parar.

             – Gabriel essas pessoas vão ficar bêbadas, se continuarem bebendo sem parar. Viviane falou, estava preocupada.

            - Não se preocupe, devem estar acostumadas, mas se cometerem excessos, tem dois seguranças a postos para tomar as providências necessárias.

                  O trem seguia por campos de paisagens do agreste paraibano e Viviane prestava atenção dentro e fora do veículo; era tudo novidade. Depois de uma hora e meia desceram em Galante, então, foram comer e tomar refrescos, pois o calor era muito forte.

                   Foi um passeio diferente e muito interessante, chegando à cidade novamente foram descansar; estavam exaustos.

                  A noite saíram para passear na praça do povo, onde tinha uma grande fogueira, que iluminava o céu. A cada hora havia uma explosão de fogos de artifício, em comemoração ao dia do santo casamenteiro. O casal de namorados ficou sentado no banco da praça, apreciando os fogos e curtindo a brisa quente das noites de Campina Grande, na Paraíba.

             Ainda restava uma semana para Viviane ficar na cidade e precisavam aproveitar até o último momento. Na semana seguinte seria a comemoração do dia de São João, em vinte e quatro de junho e de são Pedro, em vinte e nove de junho. São os três santos comemorados nas festas juninas brasileiras: Antônio, João e Pedro.

 Um texto de Eva Ibrahim Sousa

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