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sexta-feira, 17 de julho de 2015

"PARA O CAMINHO: LUZ; PARA A VIDA: FORÇA; PARA O AMANHÃ: FÉ E PARA TOMAR A FRENTE DE TUDO: DEUS. YLA FERNANDES-- FELIZ É AQUELE QUE NÃO DESISTE DE SEUS SONHOS. EVA IBRAHIM.

                       AFINIDADE
CAPÍTULO DEZOITO
   Celina estava amargurada, aquele dia lhe trazia muitas recordações. As lembranças tristes se sobrepunham as alegrias vividas naquela data e ela trazia os olhos cheios de lágrimas quando se voltou para Reinaldo. O rapaz, condoído com a situação, passou os braços ao redor do corpo de Celina e a conduziu para fora da Igreja. Rapidamente adentraram à uma lanchonete e quando a moça se deu conta da situação, já estavam sentados em uma mesa nos fundos do estabelecimento.

 Era um lugar reservado, onde eles poderiam manter um diálogo, longe dos olhos do mundo. Ele compreendia sua dor, disse Reinaldo, pois padecia da mesma amargura. Pediram um suco, precisavam aliviar o nó que traziam na garganta. O rapaz queria ouvi-la e depois lhe contaria sua história.

A moça contava sua desventura e Reinaldo aquiescia com a cabeça; deixou que ela chorasse sempre que a emoção falava mais alto. Na realidade, naquele lugar aconteceu um monólogo, pois, Celina falava e o rapaz ouvia atentamente. A moça lavou sua alma, pôs para fora todos os tormentos, que havia guardado durante aquele ano. Quando terminou, olhou para o rapaz e suspirou.

– Como conseguira falar tudo que sentia para um estranho?

 Ele segurou sua mão e disse que não era mais um estranho, uma vez que conhecia sua história. Celina olhou para o relógio e disse que deveria se apressar, já estava tarde. Sentiu-se culpada, parecia estar traindo Fernando. Reinaldo concordou dizendo que ela poderia ir, mas deveria marcar um novo encontro com ele para ouvir a sua história. Ela sorriu e aquiesceu, poderiam se ver no dia seguinte; também gostara de conversar com ele.

Finalmente ela conseguira falar de seus sentimentos e sentia-se aliviada. Aquele homem conhecia a dor da qual ela falava, estava escrito em seus olhos. Eram parceiros na desventura e tinham uma estranha afinidade. Ela sentia-se mais leve e ansiosa por ouvir a história dele; queria ajuda-lo também.

No horário marcado os dois se encontraram na lanchonete e foram sentar-se na mesma mesa, parecia que desde sempre marcavam encontros ali, naquele lugar. Tudo estava igual ao dia anterior, os dois corações pulsavam forte dentro do peito; havia uma atração mágica entre eles.

Reinaldo, segurando a mão de Celina começou a contar os últimos meses de sua vida. Casara-se há cinco anos com Amanda, estavam apaixonados e logo encomendaram a pequena Larissa; uma criança linda. Quando a filha completou dois anos nasceu Vitor, que agora tinha dois anos de idade. Formavam um casal feliz, tinham uma família linda, saudável e estabilidade financeira. Reinaldo era farmacêutico e dono de uma drogaria.

Ele, Amanda e as crianças conseguiram tirar uma semana de férias e foram para a praia. Estavam felizes descansando em um Hotel maravilhoso em frente ao mar. As crianças adoravam andar na orla da praia recolhendo conchas, que a água do mar despejava na areia. No terceiro dia estavam cansados e felizes; entretanto, sua esposa saiu do banho com uma expressão assustadora e quando ele quis saber o motivo ela começou a chorar.

Entre soluços, ela conseguiu falar que encontrara um nódulo no seio esquerdo durante a apalpação. Reinaldo a aconchegou em seus braços e disse que procurariam um médico e resolveriam a situação. Ela gemia e dizia que duas tias, irmãs de sua mãe, haviam morrido de câncer de mama, estava na genética da família.

               Naquele mesmo dia voltaram para casa num clima pesado; Amanda pressentia algo de ruim, que a deixava transtornada. A consulta foi marcada e Reinaldo acompanhou a esposa. O médico apalpou o nódulo e fez uma cara estranha, que deixou o casal apreensivo. Em seguida pediu uma porção de exames: de imagem, de ultrassom e de sangue, dizendo ser precoce dizer alguma coisa, queria ver os exames.
Um texto de Eva Ibrahim.

Continua na próxima semana.
MEU MUNDO REINVENTADO.

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