ÊXTASE
CAPÍTULO
DOIS
Quando Anselmo surgiu no portão de
desembarque, Lorena sentiu que iria desmaiar de tanta felicidade, mas logo se
apoiou no balcão da recepcionista e tratou de respirar fundo. Não queria dar
vexame em frente ao seu amor; não era hora para dramas.
Ele se aproximou com o carrinho de
bagagem e de repente, quando a viu, parou e sorriu para ela que foi ao seu
encontro, deixando-se beijar em meio às pessoas, que olhavam sorrindo para o
casal. Mais um encontro acontecia no
aeroporto, unindo ou separando as pessoas que estavam em trânsito; as emoções
estavam no ar.
Depois saíram abraçados, pareciam
visivelmente felizes. Naquele momento nada mais importava, estavam em êxtase.
Lorena prometera a si mesma que nunca mais o deixaria ir sozinho a lugar algum.
. Ela sentia saudades de Anselmo, que quando
se fora ainda era seu namorado e a deixara para perseguir seus sonhos. O rapaz,
com retorno marcado, estava sozinho e, de regresso para sua casa resolveu voltar
para Lorena, embora já não a amasse, ela poderia consolá-lo.
A
moça percebeu que ele estava frio e distante, já não tinha os arroubos dos
primeiros tempos; apenas correspondia as suas investidas. No entanto, ela tinha
muito amor para dar e faria tudo para reconquistá-lo. Para ela não importava o que houvesse acontecido, e também não queria saber de nada; Anselmo estava ali e isso era o que lhe interessava.
Durante
todo o ano ela nunca pensara em outra pessoa; permanecera fiel ao namorado. Anselmo chegou alegre e sorridente, estava de volta à sua terra. Queria agradar a todos, trouxera alguns presentes para os familiares e para ela uma galinha da sorte,
que lá na África era tida como presente obrigatório para os namorados.
Quando
ela recebeu a galinha ficou muito feliz, pois sabia da lenda que envolvia o
presente. Anselmo havia contado a ela, em um cartão postal, a estranha lenda que fazia parte do folclore daquele povo carente. Lorena ficou em êxtase; estava muito contente.
Um
texto de Eva Ibrahim. Continua na próxima semana.