MOSTRAR VISUALIZAÇÕES DE PÁGINAS

segunda-feira, 8 de abril de 2013

"QUE SEJA LIVRE O QUE CHEGAR. QUE SEJA DOCE O QUE FICAR. E QUE SEJA BREVE O QUE TIVER QUE IR". ---MOZART.---NÃO HÁ LUGAR PARA ONDE CORRER, QUANDO SE DESEJA FICAR... EVA IBRAHIM.


                                  O RATO FININHO.

A primavera chegou trazendo flores, colorindo os jardins e modificando as paisagens; com ela também chegou á temporada das águas. Durante o dia o sol era insuportável e a tarde aparecia um barrado negro no horizonte; em seguida, entre relâmpagos, trovões e ventania era despejada muita água em toda aquela região. Árvores e casas sucumbiam ao poder dos ventos, havia muita destruição deixada pelos temporais. As moradias que permaneciam íntegras tinham suas paredes e muros embolorados com uma camada de musgo verde, por causa da grande umidade.

No final de semana era feita a limpeza geral dos quintais e das casas; rotina das famílias daquela vila. Na casa de Zuleica não era diferente. Ela, o marido, a filha e o genro procuravam manter a casa limpa e protegida de insetos, porque ali moravam os dois filhos do casal e netos de Zuleica. Sérgio, o genro, ficou encarregado de limpar o quintal e o quarto de despejos, que ficava nos fundos da casa. Mexendo em uma caixa de papelão o rapaz viu uma família inteira de ratos. A ratazana mãe com quatro filhotes; quando tirou a caixa os ratos saíram em disparada. A mãe sumiu e os filhotes desapareceram como por encanto. O genro alertou a esposa e a sogra para ficar de olho, porque se algum deles entrasse em casa seria missão impossível encontrá-lo, pois eram ratos fininhos.

No meio da semana o filho de Sérgio, disse que viu um bicho correndo na cozinha. Ele e Arlete, sua esposa, procuraram em todos os lugares possíveis e não encontraram nada, pensaram que poderia ser uma barata e esqueceram o assunto.

 No sábado seguinte, Zuleica levantou-se cedo, fez café e sentou-se na cadeira para sorvê-lo. Ouviu um barulhinho e instintivamente olhou para cima e viu o indivíduo sobre o armário, era ele o rato “Fininho”. Ela o batizou assim porque o genro havia dito que eram fininhos e um deles estava ali. A mulher arrepiou e ficou enojada só de pensar por onde aquela criatura teria andado em sua cozinha. Chamou a filha e o genro e impôs um ultimato:
 - Fininho deveria ser morto o mais rápido possível.
Com o barulho o rato correu para o quarto do casal.

 Zuleica pegou a vassoura e ficou de prontidão, por ali ele não passava. A filha pegou outra vassoura e o Sérgio armou-se com um pedaço de pau. As crianças ficaram encolhidas em suas camas, no outro quarto, tinham medo de Fininho. A caçada começou; Sérgio puxou o guarda roupas e o rato estava lá no cantinho. O homem, com seus um metro e oitenta, nada tinha de ágil, por isso seria muito difícil ele apanhar o ratinho. Quando Fininho aparecia as duas mulheres gritavam com as vassouras nas mãos e o rato corria. O marido ficava bravo; a cena se repetiu por diversas vezes, até que o camundongo entrou embaixo da geladeira.

Mãe e filha ficaram cercando as portas para ele não sair. Quando o rapaz puxou a geladeira, as mulheres gritaram em coro, “dez a zero para o rato”. Enquanto ele corria para a sala, os três se entreolharam e uma pergunta ficou no ar:
-“Como iriam pegá-lo”?
 As duas mulheres estavam assustadas e tremendo de medo de Fininho, pois sempre ouviram falar que são portadores de doenças. Zuleica pensou no marido que estava trabalhando, ele fora criado no sítio e era “especialista” em exterminar camundongos. Arlete tratou de chamar o pai para salvá-las de tão grave ameaça. O pai de Arlete chegou rapidamente; ele iria acabar com o rato Fininho; todos concordaram. Foram á luta. As mulheres com as vassouras ficaram na passagem da porta para impedir que o camundongo saísse e os homens com paus para matá-lo. Fininho era rápido e esperto o que faltava ás pessoas ali presentes. Sérgio puxou a estante e o ratinho saiu correndo antes de tomar a paulada desferida pelo avô. Foi tão rápido que as mulheres mal viram quando ele ganhou a porta da rua.

Respiraram aliviados, pelo menos não sujaram o tapete com sangue de camundongo. Mas, assim mesmo lavaram toda a casa para eliminar qualquer vestígio daquela criatura tão repelente. Ainda assustadas, as crianças puderam sair da cama. Quanto ao camundongo deve estar correndo até agora.
-“Pudera!” O susto foi muito grande! Disse Zuleica sorrindo.
-Fininho escapou por um triz e deve ter ficado com trauma de vassouras, completou Arlete aliviada. Um texto de Eva Ibrahim.
MEU MUNDO REINVENTADO.

UM BLOG PARA POSTAR CONTOS CURTOS E EM CAPÍTULOS.