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sexta-feira, 18 de agosto de 2017

"O AMOR SÓ É LINDO QUANDO ENCONTRAMOS ALGUÉM QUE NOS TRANSFORME NO MELHOR QUE PODEMOS SER" MÁRIO QUINTANA.

AMORES ENTRE DORES
CAPÍTULO CINCO
            A recuperação de Alice acontecia lentamente, pois ela nunca ficara doente acamada e, agora tinha uma sutura de vinte e cinco pontos na coxa e um braço quebrado; coisas demais para ela. Estava manhosa e choramingava de dores o tempo todo. Sua mãe tentava acalmá-la ficando ao seu lado a maior parte do tempo.

           - Uma paciente difícil, disse a enfermeira que a atendia todos os dias.

           Renato lhe fazia companhia sempre que tinha uma folga da clínica; ele revezava com a mãe dela. Procurava satisfazer a todos os seus desejos comestíveis. Ora um chocolate, ora sorvetes, um lanche diferente ou outra coisa qualquer.

             - O que fizesse voltar um sorriso naquele rosto, já valia a pena, dizia o rapaz preocupado.

Para piorar a situação da paciente, sua perna estava inchada com partes arroxeadas e outras avermelhadas. Apresentava sinais flogísticos dolorosos nos pontos da sutura. Teria que ficar internada para controlar os sinais de infecção com antibióticos, dizia o médico para a moça chorosa.

– Quantos dias? Perguntou a mãe da moça.

- Pelo menos, dez dias deverá ficar internada, estimava o médico, para depois terminar a recuperação em casa. Alice escondeu a cabeça sob o travesseiro; estava desolada.

Naquele dia, Alice chorou muito, dizendo que nunca poderia se casar, pois não conseguia andar. O braço imobilizado na tipoia, limitava seus movimentos, mas a perna inchada e dolorosa a impedia de andar.

- Estou horrível, toda arrebentada, se lastimava a moça choramingando. Renato a abraçava e tentava acalmá-la até ela adormecer; depois ia embora. Essa era a rotina de todas as noites naquele quarto de Hospital.

Os dias se arrastavam e Alice se recuperava lentamente. Finalmente chegou o dia de voltar para sua casa; estava emagrecida, pálida e andava apoiada em Renato. A família a esperava com flores e alegria pela sua volta; pai, mãe, avós, tios e primos. Ela precisava de todos e muito carinho para superar aquele trauma, pensou Renato enquanto a ajudava a deitar-se no sofá.

               Com o apoio da família a situação melhorava a cada dia; sua perna estava cicatrizando e voltando ao normal. O braço a incomodava, mas já não tinha muitas dores.

            - É uma questão de tempo sua recuperação completa. Ficará com uma cicatriz na perna, mas é somente uma questão de estética. Quanto ao braço precisa de fisioterapia para ficar bom. Disse o médico em seu retorno ao hospital.

               Alice passava o tempo na clínica, colaborando no atendimento para recepcionar novos clientes, enquanto Renato se ocupava das consultas e tratamentos dos animais. O empreendimento seguia crescendo e conquistando espaços. Renato estava feliz.

              – Já podemos nos casar, posso arcar com as despesas de minha casa, dizia o rapaz sorrindo.

            Alice olhava para a cicatriz em sua perna e chorava se lamentando.

 Um texto de Eva Ibrahim.
MEU MUNDO REINVENTADO.

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