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sexta-feira, 1 de maio de 2015

"... È A SUA ESTRADA E SOMENTE SUA. OUTROS PODEM ANDAR AO SEU LADO, MAS NINGUÉM PODE ANDAR POR VOCÊ". ADMIRE-- UMA VIDA SEM AMOR NÃO TEM SENTIDO. EVA IBRAHIM

VOCÊ, É MEU AMOR
CAPÍTULO SETE
            Seu marido acordou e sorriu, estava melhor e cheio de amor para dar. Celina e Fernando, pela primeira vez após o casamento estavam sós e centrados na realidade. Era a manhã de quinta-feira e ainda não haviam se amado nem uma vez, entretanto havia chegado a hora; estavam sedentos de amor.

            Se amaram na cama, no banho, no sofá e depois saíram para fazer compras para o almoço; aquele dia seria inteiramente deles, precisavam recuperar o tempo perdido. Passaram grande parte do dia curtindo a casa nova e vendo televisão, parecia que a doença que acometera Fernando, os havia abandonado.

            Depois do café da tarde, o rapaz se dizia sonolento e foi para a cama; iria tirar uma soneca. Celina havia percebido que seu marido estava estranho, se esquecendo de algumas coisas importantes; parecia distante.  Porém, afastou aquela sombra, queria pensar em coisas boas. E, quando terminou de arrumar a casa foi se aconchegar ao marido, estava contente. Ficou juntinho de Fernando e também cochilou.

            Subitamente ela acordou; Fernando espumava pela boca, fazia movimentos repetitivos e involuntários; ele estava convulsionando. Deu um salto e pegou o telefone para chamar a ambulância do Hospital, depois ligou para sua mãe desesperada; precisava de ajuda. Seus pais e a ambulância chegaram juntos; Fernando e Celina foram levados na ambulância, enquanto os pais dela seguiam o veículo; a filha precisava deles.

O rapaz foi atendido prontamente e com uma injeção na veia se acalmou, caindo em um sono profundo. O médico que o atendeu estava muito preocupado e reservadamente chamou a esposa, que foi atende-lo acompanhada dos pais.    
        O médico começou a falar que o paciente ficaria internado, pois, deveria ser submetido a uma porção de exames para fechar o diagnóstico e ajustar as medicações. Celina começou a chorar abraçada à sua mãe; estava desconsolada.

         Em seguida ele passou a explicar sua conduta. Pausadamente, o médico dizia para a família que:
          - Fernando estava apenas iniciando um longo tratamento. Precisavam descartar doenças neurológicas agudas e excluir causas potencialmente fatais, como síncope cardíaca. Posteriormente, será encaminhado ao ambulatório onde a abordagem é direcionada a confirmação do diagnóstico e o seguimento tem um tratamento individualizado.

             O paciente será submetido a um exame neurológico completo e assistido por um especialista; ele é muito jovem e deverá receber toda a atenção possível. A presença de déficits neurológicos focais pode demonstrar a lesão responsável pelas crises. Queixas de falta de memória são comuns em pacientes epiléticos e podem estar relacionadas a descontrole das crises, efeitos das medicações, alterações psiquiátricas associadas e alteração estrutural. Os exames adequados podem evidenciar as hipóteses diagnósticas e assim teremos a certeza do tratamento a ser conduzido pelo ambulatório de neurologia, concluiu o médico de plantão.

          Celina ouvia tudo aquilo entre soluços sufocados no peito de sua mãe. Tivera apenas um dia de felicidade e estava novamente mergulhada naquele mar de incertezas. O médico saiu, ela se aproximou do marido e baixinho sussurrou em seu ouvido:

         - Você é meu amor. Enquanto isso, duas lágrimas rolavam pelo seu rosto, já vermelho de tanto chorar. Fernando não se mexeu, entretanto, para ela bastava sua presença para amenizar a dor que trazia dentro do peito.
Um texto de Eva Ibrahim.
Continua na próxima semana.


MEU MUNDO REINVENTADO.

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