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sexta-feira, 20 de outubro de 2017

"MOSTRAI A SUA ADMIRÁVEL MISERICÓRDIA, VÓS, QUE SALVAIS DOS ADVERSÁRIOS OS QUE ACOLHEM À SUA DIREITA. GUARDAI-ME COMO A PUPILA DOS OLHOS, ESCONDEI-ME À SOMBRA DE VOSSAS ASAS,..." SALMO 16, 7. 8.

                                         
                            OLHOS CHEIOS DE LÁGRIMAS

 CAPÍTULO SEIS
          Roger desapareceu como por encanto, deve ter ficado agradecido por estar livre da responsabilidade de criar um filho; iria viver a vida. Não era homem para assumir responsabilidades; queria diversão e nada mais.

          Cesane ligou algumas vezes em seu celular, queria conversar, pois, para ela a situação ainda não estava clara. Amava aquele rapaz, entregara-se a ele por amor e no fundo do seu coração acalentava a esperança de tê-lo junto a si.

Alda e Rui não poderiam nem desconfiar das intenções da filha ou ficariam furiosos. A mãe passava o tempo todo tentando agradar Cesane, para compensá-la do desgaste de levar adiante a gravidez, sem ter o pai da criança presente. Muitas vezes, a noite ela ouvia os soluços sufocados da filha, que lhe cortavam o coração.

            Rui não queria ouvir o nome do cafajeste que desonrara sua filha, mas a mãe entendia que fora o primeiro amor de Cesane e, que a desilusão doía fundo no coração da menina. Com apenas dezesseis anos ela não tinha maturidade suficiente, para entender a responsabilidade de pôr um filho no mundo.

            A futura mamãe estava reclusa em sua casa, saia muito pouco e sempre em companhia dos pais. Com o corpo roliço ela não queria se expor e ser apontada na rua. E, lá no fundo temia e ao mesmo tempo desejava encontrar-se com Roger. Não sabia como iria reagir, mas este pensamento ficava pulando em sua mente.

          Estavam no final do ano letivo e ela conseguiria concluir o segundo ano do ensino médio, tinha boas notas e a gravidez ainda passava despercebida. No entanto, o terceiro ano seria muito difícil, tornara-se um ponto de interrogação. Alda não queria pensar em nada; viveria um dia de cada vez para proteger sua filha.

         As festas de fim de ano se aproximavam e Cesane já mostrava modificações em seu corpo. Era uma moça com uma cintura bem definida, entretanto, foi a primeira coisa que sumiu. Seu corpo perdia as formas para permitir o crescimento do bebê.

Com vinte semanas de gestação foi marcada a ultrassonografia e eles ficariam sabendo o sexo do bebê; mãe e filha estavam eufóricas, a criança tomava forma na cabeça das duas. Eram cristãs e acreditavam que toda criança trazia alegria e esperança para seu novo lar e já a amavam.

            E, quando o médico disse que Cesane esperava uma princesa, os olhos da mãe e da avó encheram-se de lágrimas. Uma menina para ser muito amada e mimada pela família.

         Depois, uma tristeza se abateu no semblante de Cesane, ela pensava em Roger, que nunca veria sua filha. Então, seus olhos ficaram cheios de lágrimas.
 Um texto de Eva Ibrahim
MEU MUNDO REINVENTADO.

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