AH! COMO EU TE AMEI
CAPÍTULO
TRÊS
Vitor ligou para sua mãe e explicou
que não poderia viajar para sua casa, precisava ficar e despedir-se de Serena.
Para a família ele mandava muitas lembranças e todo o amor fraterno que
carregava em seu peito. Mas, para a sua amada daria um final de semana de muito
amor. Esperava que todos compreendessem e apoiassem sua decisão, ele os amava
de todo o coração.
- Compreendo meu filho, fica em
paz, nos vemos na hora do embarque. Só quero a sua felicidade. Respondeu sua
mãe com muito carinho.
Serena arrumou suas coisas e voou
ao encontro de Vitor. Ele a esperava com um sorriso no rosto e o coração cheio
de amor. A moça foi recebida com um longo abraço, seguido de beijos há muito
desejados.
Do aeroporto seguiram para um resort
e lá fizeram seu ninho de amor. Passaram a noite de sexta-feira, sábado e parte
do domingo juntos e abraçados; o tempo todo se amando. A primeira foi uma noite
de núpcias, carregada de saudades e de muito amor; estavam praticamente casados
de corpo e alma.
As formalidades ficariam para
depois, agora estavam felizes e não queriam saber de mais nada. Ao anoitecer do
domingo, Vitor e Serena foram para um Hotel, ela ficaria hospedada ali até a
quarta-feira, depois voltaria para São Paulo com os pais dele.
Ele teria que retornar a sua base
militar, ainda no domingo à noite. O embarque seria na quarta-feira e Serena
ficaria em Brasília para despedir-se de Vitor, juntamente com a mãe dele, o pai e a irmã,
que viriam de São Paulo para um último abraço.
A
moça aproveitou para conhecer a capital do país, enquanto aguardava a partida
de seu amor. Andou pela Esplanada dos Ministérios, Palácio da Alvorada, Palácio
do Itamaraty, Memorial JK e outros, mas o que mais ela gostou foi da Catedral
Metropolitana.
Serena entrou e ajoelhou-se em frente ao altar, perdendo a noção do tempo. Passou mais
de uma hora conversando com Deus, estava se preparando para uma longa e
solitária espera. Precisava da ajuda dos céus, para arrumar forças e não se desesperar
enquanto Vitor estivesse no Haiti.
Na
manhã de quarta-feira, ela e a família de Vitor foram ao aeroporto para as
despedidas. A tropa estava a postos para a execução do Hino Nacional Brasileiro,
estavam todos em posição de respeito.
Vitor se postara ereto, com a mão
esquerda no coração e a boina azul brilhando em sua cabeça. Era um legítimo
representante de seu país; cheio de garbo e orgulho de sua pátria. Serena
sentiu uma pontada de inveja, também queria estar lá.
Quando
a banda começou a tocar, as lágrimas começaram a correr de seus olhos, era
muito amor por aquele homem que a conquistara um dia. Todos que ali estavam,
tinham os olhos marejados de lágrimas; era comum rolar a emoção nessas
ocasiões.
Após
os últimos acordes, os novos integrantes da força de paz puderam se aproximar de
seus parentes, foi uma festa de abraços, beijos e muitas lágrimas. Vitor
abraçou seus pais, sua irmã e depois afastou-se para se despedir de sua amada.
Entre juras de amor e promessas de fidelidade ele se foi em direção ao avião,
que os levaria para a missão de paz.
Serena
ficou ali, parecia anestesiada, esperando o avião da Força Aérea decolar.
Depois de quarenta minutos ele subiu e foi desaparecendo no espaço, deixando
uma mulher estarrecida diante do fato consumado.
Estaria sozinha por muito
tempo, nem sabia quanto. Duas lágrimas correram pelo seu rosto indo morrer em
sua boca. Aquele era o gosto da despedida, amargo, muito amargo.
Um
texto de Eva Ibrahim