Ah! O AMOR É LINDO...
Capítulo dois.
Alcir
conheceu Tarsila em um show de músicas sertanejas. O clima era de alegria e o
público jovem cantava a plenos pulmões, dançava e agitava os braços
demonstrando total entrega. No palco acontecia o tributo à dor de cotovelo,
cantada em versos românticos pelas duplas de cantores conhecidos. Ela passou
por ele rebolando e balançando seus cabelos dourados, estava acompanhada de uma
amiga. Ele ficou olhando até ela desaparecer em meio à multidão, parecia
enfeitiçado.
A
moça chamou sua atenção de um jeito que ele ficou extático, então, apareceu seu
amigo Dinho e lhe deu um susto. Espantado ele recobrou a lucidez e disse que
uma “deusa” havia passado por ali. Dinho retrucou dizendo que ele conhecia a
moça e se Alcir quisesse poderia ser apresentado a ela. E, foi assim que ele
conheceu Tarsila; uma linda jovem com um nome estranho.
Ela
lhe explicou que seu pai estava folheando uma revista, em um consultório
dentário, enquanto aguardava ser atendido e viu a foto de um quadro que lhe
chamou a atenção. Era um quadro de Tarsila do Amaral, uma pintora famosa. Seu
pai guardou aquele nome e quando a filha nasceu ele não perguntou a sua esposa o
nome que ela daria ao bebê, pois, ele já tinha o nome: Tarsila.
A
mãe não gostou e passou a chama-la de Sila, portanto, ele também poderia chama-la
de Sila. Ele sorriu, o nome era apropriado, bonito como a dona; queria
conhece-la, estava encantado. A partir desse dia Alcir só tinha olhos para
Sila, que correspondia ao seu amor. A moça era a filha de número cinco do casal
e os outros quatro filhos eram homens. Além de ser paparicada pelos quatro
irmãos, era a caçula e os pais a mimavam. Então, ele percebeu que ali, naquela
família, ele teria que ser correto. Se quisesse a Sila, teria que se casar ou
seria massacrado pelos irmãos dela.
A
moça trabalhava em uma loja de departamentos e estudava à noite; queria ser
Assistente Social para ajudar muita gente. Alcir ficava furioso em pensar que
ela poderia falar com outros rapazes. A primeira briga surgiu por conta de seus
ciúmes exagerados. Ele viu sua namorada trocando algumas palavras com um colega
da escola em frente ao seu trabalho. Alcir quase bateu em Sila de tão furioso
que ficou; não aceitou suas explicações e saiu cantando pneus.
Foram dias difíceis para ele, mal conseguia trabalhar; teria que resolver a situação, amava aquela mulher. Ela reunia todos os desejos de seus sonhos mais íntimos; era perfeita para ele. Depois de alguns dias ele não resistiu e foi pedir perdão à sua amada. Foi perdoado com um longo beijo; ela também o amava.
Foram dias difíceis para ele, mal conseguia trabalhar; teria que resolver a situação, amava aquela mulher. Ela reunia todos os desejos de seus sonhos mais íntimos; era perfeita para ele. Depois de alguns dias ele não resistiu e foi pedir perdão à sua amada. Foi perdoado com um longo beijo; ela também o amava.
Alcir
trabalhava em uma revendedora de motos, que era a segunda mais importante
paixão de sua vida, depois de Sila. Ele possuía uma moto vermelha, que chamava
a atenção de todos e a Sila adorava passear agarradinha em sua cintura. O rapaz
ficava feliz em exibir seus dois troféus, a moto e seu amor. Ele estava empenhado em construir uma família
com aquela jovem, seria o único jeito de tê-la em seus braços e chama-la de
sua.
Os
dois se amavam, entretanto, quando ele ia avançar o sinal ela o brecava;
prometera aos pais que se casaria virgem. Ela sonhava em se casar vestida de
noiva com véu e grinalda, como mandava o figurino. Queria ter uma noite de
núpcias com tudo que a tradição envolvia. Alcir ficava maluco, não conseguiria
esperar muito tempo, queria fazer dela a sua mulher. Porém, eram muito jovens e
seus pais não concordariam com o casamento apressado.
À
noite, Alcir sonhava com ela lhe fazendo carinhos, acordava suando. Iria à casa
de Sila pedir permissão aos seus pais para ficarem noivos. O aniversário dela
estava próximo e seria um belo dia para firmar um compromisso. Pensava nela o
tempo todo, para ele o mundo se reduzira à sua Sila e nada mais importava;
estava muito feliz. Precisava apressar os preparativos para o casamento e viver
plenamente todos os seus sonhos com a mulher de sua vida.
Um
texto de Eva Ibrahim.
Continua
na próxima semana.