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quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

"POR ISSO NÃO TEMA, POIS ESTOU COM VOCÊ; NÃO TENHA MEDO, POIS SOU O SEU DEUS. EU O FORTALECEREI E O AJUDAREI; EU O SEGURAREI COM A MINHA MÃO DIREITA". ISAIAS 41; 10 BÍBLIA SAGRADA

POR AMOR

CAPÍTULO CINCO
            A multidão seguia Jesus de Nazaré, que cambaleava debaixo dos açoites constantes, era muita humilhação para um ser humano suportar. Um pouco mais adiante, apareceram algumas mulheres se lamentando, pedindo clemência para o condenado. Então, ele parou por um instante e falou:

            -“Mulheres de Jerusalém não choreis por mim, choreis por vós mesmas e por vossos filhos”. (Lucas 23;27,28)

               Jesus, mesmo estando aniquilado, ferido, arrasado, ainda tinha forças para consolar as mulheres piedosas, que o seguiam. Então ele disse:

             - “Se fazem isso com o lenho verde, o que farão om o lenho seco”?

Andreia seguia atenta a todas as falas dos personagens, curiosa, olhou para Samuel e perguntou:

              - O que quer dizer lenho verde e lenho seco?

               - Lenho verde era uma vara, que foi jogada nas águas salgadas de Mara, por Moisés, transformando-as em águas doce. Assim, conseguiu matar a sede de seu povo. Certamente, Jesus queria dizer, que se o tratavam daquela maneira, sendo ele lenha viva, inocente e filho de Deus, o que fariam com seus semelhantes?

              Explicou o marido para sua esposa, que observou:

               - Olhando e pensando tudo isso, vemos como o ser humano é selvagem e cruel.

              Jesus se deixava martirizar, porque sabia que era a única maneira de salvar a humanidade, levando consigo todos os nossos pecados. 

            Mesmo estando cheio de chagas e dores lancinantes, provocadas pelas chibatadas constantes e pelos espinhos encravados em sua cabeça, ele sofria com fé e resignação. Todo aquele sofrimento horrível era a esperança para a salvação da humanidade. Jesus viera ao mundo, sabendo de todo o martírio a que seria submetido e como um cordeiro, foi para o matadouro.

           Samuel puxava a sua mulher pela mão, ela se compadecia com a situação de Jesus e ficava para trás. Andreia vivia a história em toda sua intensidade.

           Arrastando-se, Jesus segue em direção ao monte Gólgota, lá o esperava a agonia da morte. Mais um pouco e ele cai pela terceira vez, já não aguentava mais o peso dos pecados do mundo, que eram muito maiores do que o peso da cruz. Nesse momento, Pedro se aproxima e faz uma pergunta a Jesus:

            - “Senhor, quantas vezes devo perdoar o meu irmão, quando ele pecar contra mim?

Então, Jesus respondeu:

 - “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete”.

 O soldado se aproximou e foi logo açoitando o pobre corpo, cheio de chagas, que cambaleando levantou-se. Os brutamontes esbravejando, forçavam o condenado a seguir em frente.

 Finalmente, Jesus chegou ao local de sua crucificação e foi despojado de suas vestes, que posteriormente foram sorteadas entre seus algozes. Ele estava suado e sangrando, sentia muita sede e deram lhe vinagre com mirra, uma espécie de anestésico, que usavam para dar aos condenados na cruz. No entanto, Jesus experimentou e recusou, queria sofrer todas as dores da humanidade. Mais tarde, tomou vinagre puro para saciar sua sede.

O casal se aproximou e quando deitaram o condenado na cruz, a moça começou a chorar. Em seguida trouxeram os cravos para prega-lo na madeira. Andreia deu um passo para trás e entre lágrimas sussurrou:

 – Não quero ver isso, vamos embora.

- Não, vamos ficar até o final, se não quiser olhar, tudo bem. Disse Samuel.

A moça, mesmo de olhos fechados, tinha um sobressalto a cada martelada. Podia-se ouvir os lamentos das pessoas. Tudo parecia muito real, era de arrepiar. Estavam em Nova Jerusalém, no nordeste brasileiro, no ano de dois mil e dezoito e depois de tanto tempo, essa história ainda consegue emocionar a todos.

De repente, surgiu um vento estranho, localizado, que chacoalhava as folhas das árvores, depois sumiu. A encenação acontece a noite, mas na história, o fato se dá as nove horas da manhã da sexta-feira.  

               Logo após, vieram os momentos mais difíceis para o condenado, a cruz foi erguida. Enfraquecido, desidratado, com dores insuportáveis e muito cansado, Jesus foi colocado entre dois ladrões, também crucificados. Então, ele avista o mundo como ele é: cruel e desumano. Reunindo suas forças ele balbucia:

                  - “É por amor, que estou aqui”.

            Olhou do lado direito e viu Dimas, o bom ladrão e do lado esquerdo estava Simas, o mau ladrão. Jesus suspirou, fora feita a vontade do pai.

             - Samuel vendo os três homens pregados na cruz, sofrendo a agonia da morte, abraçou Andreia e disse: 

             - É muito triste, estarrecedor, a pior de todas as mortes e Jesus foi crucificado como se fora um ladrão. Porém, era seiva viva de lenho verde, que poderia transformar qualquer coisa em água viva.

             Então, as mulheres de Jerusalém se aproximaram, ficariam ali até o final.

Um texto de Eva Ibrahim Sousa.
Com consultas ao Wikipédia e ao Youtube.

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