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quarta-feira, 14 de novembro de 2018

"PORTANTO, EU DIGO: TUDO O QUE VOCÊS PEDIREM EM ORAÇÃO, CREIAM QUE JÁ O RECEBERAM E ASSIM SUCEDERÁ". MARCOS 11, 24

UM POUCO DE AMOR

CAPÍTULO QUATRO
           A linha telefônica foi conectada ao hospital, enquanto isso Teresa rezava baixinho para que as notícias fossem boas. O seu marido estava dentro da cabine telefônica e ela nada podia ouvir, no entanto, não tirava os olhos de Dirceu.

           Foi com alívio que o pai de Benjamim ouviu a voz do outro lado dizer, que o menino já havia operado. Imediatamente a mãe reconheceu que as notícias eram boas e seu coração se aliviou. A expressão do marido era inconfundível, havia alegria nos olhos de Dirceu.

             No entanto, Benjamim teria que ficar internado até o osso da perna crescer e preencher o vão da fratura. E isso só Deus poderia prever quando aconteceria. Era o enfermeiro dando notícias de Benjamim.

- Eu nada mais posso dizer, porém se o senhor quiser saber mais detalhes, terá que vir aqui e falar com o doutor. Enfatizou o rapaz.

O pai, com um sorriso estampado no rosto, disse que faria o possível para visitar o filho.

 - Por favor, avise o Benjamim que os pais e irmãos dele estão com saudades e o amam muito, obrigada. Concluiu o pai com o coração mais leve. 
Em seguida, deixou a cabine e abraçou sua esposa dizendo que o filho estava bem. Os olhos de Teresa ficaram marejados de lágrimas e ambos choraram de alegria. Em seguida, passaram no armazém e na igreja, para depois voltar para casa.

Dirceu e Teresa se ajoelharam diante da Virgem Maria e agradeceram por Benjamim estar se recuperando. A luta estava apenas começando, pois levaria tempo para que o menino retornasse à casa, isso ficara claro.

Seguiram em frente com alegria no coração, mas, antes passaram na casa de Saulo, o amigo de Benjamim. Precisavam avisar a todos que ajudaram no resgate, que o filho estava bem.

A partir daquele dia o casal só pensava em fazer uma visita ao hospital onde estava Benjamim. Era uma grande e cansativa viagem de jardineira, um ônibus antigo, que transportava as pessoas entre vilas e cidades naquela época. Em sua maioria eram estradas de terra esburacadas e poeirentas.

 Teresa nunca havia saído das redondezas, era mulher simples da roça. No entanto, pelos filhos faria qualquer coisa, até viajar numa jardineira. Toda a vez que ela pensava nisso, fazia o sinal da cruz, como se aquilo pudesse livrá-la do perigo das estradas.

Dirceu, na segunda-feira, foi montado em seu cavalo até a vila, para assuntar e saber quando teria condução para a cidade grande.

- Tem somente uma viagem por semana e a jardineira sai, bem cedo, na sexta-feira e retorna no domingo. Para garantir os lugares já deixei reservados e pagos. Disse o marido exibindo as passagens. A mulher assustada, não conseguiu dizer nada.

Ela ficou trêmula diante do fato consumado, teria que se preparar. Em primeiro lugar poria o terço em sua bolsa; precisaria muito dele. Uma muda de roupas para cada um, biscoitos e água para comerem no caminho. Levaria também: roupas para o Benjamim, a mochila da escola e algumas frutas e doces. Era tudo o que precisavam.

Na sexta-feira, Teresa madrugou, colocou sua roupa de domingo e chamou o marido. O vizinho já estava com a carroça pronta para irem até a vila mais próxima, pegar a jardineira. Antes mesmo do Sol nascer já estavam na estrada, levavam no coração muitas saudades do filho.

Quando o estranho veículo encostou na plataforma, ela sentiu medo e uma vontade de retornar à casa, mas precisava levar um pouco de amor ao filho doente. Então, com a passagem na mão procurou o assento. Depois fez uma oração, pedindo proteção a Deus.

Um texto de Eva Ibrahim Sousa

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