CARNAVAL,
SEMPRE CARNAVAL.
Enquanto as
crianças faziam fila para receber a maquiagem, Carla desenhava em cada rosto
uma figura diferente. Traços coloridos para enfeitar e combinar com a fantasia.
Os meninos escolhiam traços que os deixavam parecidos com monstros; Otávio era
o Frankenstein, João e Luís dois vampiros. Ainda havia um pirata e um homem
aranha. As meninas gostavam de pinturas de animais, principalmente onça e
gatos. Saias longas, capas, perucas, chapéus e óculos coloridos compunham os
tipos mais esquisitos do grupo de crianças, que iriam brincar o carnaval.
Adentraram o
salão, que estava enfeitado com muitas cores e brilhos, com os olhinhos
espertos e um sorriso nos lábios; estavam num mundo de fantasias. Eram crianças
de cerca de dez anos e prontos para descobrir o mundo. Otávio, que parecia
liderar o grupo começou a explicar aos outros como seria a matinê no salão.
Abriram caminho entre os personagens mais estranhos possíveis; era carnaval e cada
um se vestia como queria. Era hora de dar asas à imaginação. Os tios, Raul e
Sara fizeram questão de acompanhar a turma toda ao baile; queriam a felicidade
das crianças.
A banda começou a
tocar uma música atemporal, presente em todos os bailes de carnaval. Uma marchinha
muito conhecida: “O abre alas” de Chiquinha Gonzaga. As crianças seguiram o
cordão que se formara e saíram na maior festança. A alegria acontecia entre confete, serpentina, passos de dança e muita cantoria.
Foram horas de euforia, todos
suados e com as maquiagens escorridas pelo rosto ouviram os últimos acordes da
banda de carnaval. Cansados e felizes seguiram cantarolando pela avenida já com
saudades do carnaval. A magia contagiante que aflora no carnaval encanta
crianças e adultos, pois é a festa da alegria. Raul e Sara prometeram que no
ano que vem tem mais carnaval, sempre carnaval e as crianças sorriram.
Um texto de Eva Ibrahim.