MOSTRAR VISUALIZAÇÕES DE PÁGINAS

sábado, 14 de janeiro de 2017

"ACALMA-TE, PORTANTO, CORAÇÃO. A PAZ NO TEU ESPÍRITO VAI SE ENCARREGAR DE TE MOSTRAR O CAMINHO A SEGUIR". AUTOR DESCONHECIDO.

O QUE O VENTO NÃO LEVOU
COMO UMA LUZ
CAPÍTULO UM
               Marília seguia pensativa pela avenida arborizada. Ás vezes, parava e olhava os galhos suspensos no ar; estavam cheios de flores vermelhas. Era primavera e os flamboyants estavam carregados de folhas e flores, mas no coração da jovem nada daquilo imperava; ali era inverno escuro e frio.

           Seu marido havia saído de casa após uma briga horrorosa e ela não sabia o que fazer, estava sem rumo e com muito medo do futuro. Levava na mão a chave de sua casa, que já não significava privacidade; Leandro também tinha uma igual e isso a deixava nervosa. Temia que ele entrasse na casa à noite e a atacasse enquanto dormia.

          Até um ano atrás, ele fora um bom marido, tinha defeitos, mas muitas qualidades. No entanto, fizera amizades com alguns rapazes, que bebiam além da conta. No começo ele criticava os companheiros, mas aos poucos foi assimilando aquele vício e sua vida entrou em decadência.

          Leandro tornara-se dependente do álcool e, toda vez que Marília tocava no assunto ele se transformava e avançava sobre ela. Ele a empurrava, esbofeteava e só parava quando as crianças começavam a chorar.

          Ela não aguentava mais a grosseria do marido bêbado, que a ofendia na frente das crianças. Leandro perdera o emprego; pois vivia embriagado. A situação se agravava dia a dia, não havia dinheiro para pagar as contas e logo não teriam comida em casa. Precisava encontrar uma solução com urgência; ela queria trabalhar, mas, antes teria que garantir a segurança das crianças.

Os dois filhos estavam na escola, Laura com doze e João com dez anos, eram pequenos para ficarem sozinhos em casa, mas entendiam que o pai bêbado batia em sua mãe e estavam sofrendo também. João estava tendo problemas na escola, notas baixas e mal comportamento. Marília recebeu a reclamação com o coração partido.

 Aquela situação era reflexo da vida que ele presenciava em sua casa. Ela sabia que teria que tomar algumas atitudes para preservar os filhos. Então, resolveu ter uma conversa séria com Leandro. E, ele reagiu violentamente com palavras de baixo calão e ameaçou a esposa de morte; dizendo que ela iria pagar por tudo aquilo que dissera. Em seguida pegou uma maleta com algumas roupas e saiu dizendo para ela arrumar dinheiro na rua, que ele iria viver com sua mãe.

Marília ficou chorando de raiva, medo e preocupação com o futuro dela e dos filhos. Depois pensou em assegurar que o marido não entrasse em casa sem que ela soubesse e, para isso teria que trocar a fechadura da porta da sala. Queria resolver a situação sem levar preocupação para sua mãe, que sofria de hipertensão.

Pegou a chave e se dirigiu ao chaveiro, que tinha uma loja especializada em fechaduras, cadeados e trancas. A chave serviria para ele saber o modelo de fechadura que havia em sua casa. Foi o dono do estabelecimento que atendeu a moça e, pediu que esperasse enquanto ele iria verificar no estoque.

Marília estava aflita, andava de um lado ao outro e parando deparou com um ditado escrito na parede, já meio apagado pelo tempo, que dizia: “ Colhemos infalivelmente, resultados proporcionais aos nossos esforços”. E, na outra parede estava escrito; “Plante apenas sementes de otimismo e amor, para colher alegria e felicidade”. “Estude e trabalhe, dê o máximo de si e serás vitorioso” Não havia a autoria das frases de incentivo, mas entrou como uma luz no coração da mulher desesperada. Seguindo um impulso, ela  pegou um pedaço de papel que estava sobre o balcão e copiou tudo aquilo.


Um texto de Eva Ibrahim. Continua na próxima semana.
MEU MUNDO REINVENTADO.

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