O
DRAMA
CAPÍTULO
TRÊS
Uma dor intensa em seu tornozelo o impedia
de movimentar o pé esquerdo, então, ele tentou apoiar o corpo para se erguer e
viu que o braço esquerdo também doía muito. O membro estava torcido para um
lado e, sangrando. Olhando o sangue que escorria de seu braço ele sentiu
náuseas e um desejo enorme de estar vivendo um pesadelo; queria acordar.
Porém,
a dor que sentia era real, então, deixou-se cair novamente sobre os espinhos e
nem se importou com os espinhos fincando em sua pele. Gabriel estava
desesperado para saber de Alcione. Gritou o mais alto que pode até ouvir a
sirene da polícia, em seguida, desfaleceu; queria desaparecer dali.
O rapaz recobrou a consciência no
Hospital, onde fora levado pela ambulância. O lugar era estranho e frio, havia
uma porção de gente na sala onde estava sendo atendido. E, algumas pessoas
vestidas com jalecos brancos mexiam em seus ferimentos.
- Estaria morto? Não, aquilo tudo,
infelizmente parecia real. Então, lembrou-se do acidente. E, imediatamente deduziu que, poderiam ser médicos e enfermeiras.
De relance ele percebeu que estava
nu e uma dor insuportável no pé e no braço do lado esquerdo o fizeram
protestar.
– Socorro, me tirem daqui, por favor
socorro, socorro... O rapaz gritava sem parar.
Em seguida, lhe espetaram o braço e
ele não se lembrava de mais nada, caíra num sono profundo.
Gabriel acordou no dia seguinte e seus
pais estavam ao seu lado. Olhavam preocupados para o filho que estava com o pé
e o braço imobilizados com faixas grossas, além de muitas escoriações pelo
corpo provocadas pelos espinhos.
Sua mãe segurava sua mão e tentava
acalmá-lo, então ele perguntou de Alcione. A mulher tentou desconversar, o que
o deixou mais irritado.
– Quero saber a verdade, apenas a
verdade, eu vi quando o meu carro explodiu. Será que a Alcione foi jogada fora
do veículo como eu? A mulher gaguejou e o pai foi em seu socorro.
– Encontraram um corpo carbonizado
no local do incêndio e alguém disse que vira você saindo com uma colega de
trabalho.
– Quem era, meu filho? Perguntou o pai
ansioso.
-
Uma colega do escritório, seu nome é Alcione, precisa avisar a família, que
mora em outra cidade.
Gabriel fechou os olhos e duas lágrimas
rolaram de seu rosto, agora estava perdido e Rosana jamais o perdoaria. Como
explicar que estava com a moça para se separar, que sua intenção era terminar aquele
caso para voltar para sua noiva.
Ninguém
lhe daria crédito, ainda mais que Alcione estava morta e não poderia se
defender. As dores aumentavam a cada pensamento ruim que lhe vinha à cabeça e o
desespero tomou conta dele.
Um
texto de Eva Ibrahim
Continua
na próxima semana.