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quarta-feira, 3 de outubro de 2018

"EU OLHO PARA VOCÊ COMO SE NÃO TIVESSE MAIS NADA AO REDOR, PARA ME ALEGRAR. OLHO PARA VOCÊ, MESMO QUANDO ESTOU DE OLHOS FECHADOS. TENHO PENSADO EM VOCÊ, MESMO SEM PENSAR. PROTEGIDO VOCÊ, MESMO SEM TE TOCAR. AMADO VOCÊ SEM AO MENOS TE BEIJAR". AUTOR DESCONHECIDO


PASSO A PASSO

CAPÍTULO OITO
        Marília não poderia se deixar deprimir, teria que se manter firme para ajudar Fernando. Ele precisaria muito de sua força, ela sabia disso. Desde que ocorreu o acidente de Fernando, todas as coisas eram ditas em termos vagos, cheios de suposições.

            Se ele ficar bem, se ele recuperar a consciência, se ele voltar a ser o mesmo homem de antes e outras alusões futuras, sem nenhuma certeza. A vida da família tornara-se um grande ponto de interrogação, que já durava quase um mês.

 Fazia muitos dias, que sua rotina era a mesma, visitar o marido na UTI.  Naquela manhã, ela chegou ao Hospital e encontrou o marido semiconsciente, mas ainda estava na máquina de respiração artificial.

 – Fernando acorda, sou eu, sua esposa. Estou esperando por você, não me decepcione por favor. Em seguida, apertou as mãos dele.

 Ele ouviu a voz dela, então, mexeu com as mãos, mas voltou a dormir, parecia que seus olhos estavam muito pesados. Marília ficou ali rezando ao lado da cama de Fernando, precisava muito do acolhimento de Deus.

E, no dia seguinte ele já tinha saído da máquina, mas estava com a máscara de oxigênio. Fernando estava com a cabeça elevada no leito, recostado e apoiado com travesseiros. No entanto, mal conseguia mexer sua cabeça e abrir os olhos; mas respirava o suficiente para ficar fora do respirador artificial. Apertou a mão de Marília e depois adormeceu novamente, recostado na cama. Parecia cansado e sem interesse na vida.

 A visita acabou e Marília voltou para casa, estava tristonha. Sentia-se meio amortecida quanto as suas expectativas de futuro, embora os médicos lhe dissessem que ele estava se recuperando bem. Entretanto, os fatos não eram muito animadores, seu esposo parecia letargico.

Nesses avanços lentos, Fernando se estabilizava fisicamente. Depois de vários dias fora do respirador, Marília o encontrou recostado na cama e consciente. Ainda estava no oxigênio, mas acordado e totalmente carente.

        Ela ficou feliz e, com o sorriso estampado no rosto se abaixou para beijar as bochechas de Fernando, que retribuiu o sorriso. Ele estava visivelmente enfraquecido, pálido e carente, no entanto, estava consciente e de volta à vida. Então, as lágrimas rolaram pelo rosto da mulher, que não conseguiu conter sua emoção.

             O enfermeiro se aproximou e disse que ele estava indo bem, logo seria transferido para a enfermaria e lá teria mais tempo para visitas. Marília agradeceu e logo se despediu do marido, acabara a visita na UTI.

           Saiu com a alma leve, estava se sentindo feliz, esperançosa em ter sua vida restabelecida. Somente agora ela entendeu, que é preciso ter paciência, que todas as coisas têm um tempo certo para acontecer. A recuperação de seu marido estava ocorrendo passo a passo.

            Parou sua caminhada por um instante, então, ergueu as mãos para os céus e agradeceu a Deus, seu amor estava de volta. Isso foi um milagre e ela nunca se cansaria de agradecer.

Um texto de Eva Ibrahim Sousa.

MEU MUNDO REINVENTADO.

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