NAS NUVENS
CAPÍTULO TRÊS
A
banda começou a tocar, os casais saíram para dançar e a Vitória estava de mãos
dadas com Edu; parecia estar enfeitiçada. Naquele momento ela iria para
qualquer lugar do mundo, tamanho era o encantamento que tomara conta de si.
Vitória
estava feliz e só conseguia pensar na sorte que tivera ao concordar com a mãe e
estudar dança de salão durante todo o ano anterior. Agora estava preparada para
dançar com seu amor; aquele momento fora como se ela tivesse ganhado o céu
flutuando nas nuvens.
A noite toda ela procurou ficar ao
lado de Edu, não permitindo que nenhuma outra moça se aproximasse dele. O rapaz
já estava meio embriagado e não se importou de ser mimado por Vitória. Estava confortável com aquela moça
bonita e disponível, que ao menor gesto o atendia prontamente.
Quando a apresentação terminou, saíram para tomar sopa em um restaurante tradicional, que era famoso
pelos quitutes servidos após os eventos na cidade. E, quando o Sol estava
despontando com sua luz, que tomava conta da escuridão, os dois saíram em
direção à rua; era hora de ir para casa.
Vitória estava com as sandálias nas
mãos; seus pés não aguentaram tantas exigências. Edu estava meio atordoado,
porém inteiro e pronto para outra dose, dizia beijando a moça. Aquela noite ultrapassou as
expectativas de Vitória, estava feliz e sentindo-se nas nuvens.
Ela relutava em deixa-lo ir para sua
casa, queria ficar com ele para sempre. No entanto, o Sol acabara de nascer e a
luz do dia fazia com que ela voltasse à realidade e tudo voltava ao normal.
Eles eram apenas dois adultos que
ficavam juntos de vez em quando, não tinham firmado nenhum compromisso. Então,
ele se despediu com um leve beijo e a deixou em frente à sua casa. Vitória
adentrou ao jardim e distraidamente duas lágrimas rolaram em seu rosto. A
sensação que restara era a de que acabara de cair das nuvens.
Um
texto de Eva Ibrahim. Continua na próxima semana.