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sexta-feira, 21 de julho de 2017

"AMO VOCÊ PORQUE ME FAZ FELIZ E ME COMPLETA, POIS VOCÊ TROUXE AQUELE PEDAÇO DE MIM, QUE EU NEM SABIA QUE ESTAVA FALTANDO". AUTOR DESCONHECIDO

FLORES PARA ALICE

O ENCONTRO

CAPÍTULO UM
          Alice estava eufórica, finalmente chegara o dia do seu casamento. Era uma balzaquiana inveterada, afirmava que nunca iria se casar. Tivera um péssimo exemplo dentro de casa; seus pais brigavam todos os dias e ela ia deitar-se chorando, na maioria das noites. Tinha vergonha dos vizinhos, colegas e amigos, pois a gritaria era um dos principais falatórios das fofoqueiras da rua.

Cresceu assistindo à derrocada do casamento dos pais. Apesar disso tornou-se uma moça bonita e namoradeira, mas quando o namorado falava em casamento ela o dispensava; não queria compromisso. Sua mãe, agora viúva, já desistira de vigiar a moça; era livre para decidir sobre sua vida. Quando ninguém mais esperava, ela começou a namorar um rapaz formado em medicina veterinária.

Ela o conheceu quando seu cão adoeceu; era um cachorro da raça pastor alemão. Ele tinha apenas oito meses, mas era gordo e viçoso. Quando a moça viu seu amigo desmaiado e espumando pela boca, ficou desesperada.  Chegou a clínica veterinária com Platão no colo.

 Alice mal conseguia andar com o cachorro no colo, pois, além de pesado era comprido e balançava suas patas que batiam no joelho da moça. Renato, o novo veterinário, avistou a cena pela vidraça e saiu para ajudar a moça com o animal.

Platão estava comatoso e babando e, a moça, com os olhos cheios de lágrimas, dizia que não sabia o que havia acontecido para ele ficar daquele jeito. Renato pegou o cachorro no colo e o levou para dentro dizendo que ele poderia estar envenenado, se ela sabia de algum bicho que ele poderia ter comido ou algum inseticida que poderia ter sido ingerido.

                A moça ficou pálida e disse que viram um sapo na grama do jardim na noite anterior. Seu irmão tentara apanhá-lo, mas ele sumiu na escuridão. Sim, ele poderia ter atacado o batráquio e até comido, ela não saberia precisar. Renato pegou uma veia da perna de Platão, em seguida colocou soro com remédios e depois foi amparar a cabeça dele, que começou a vomitar.

                Ficou sério e disse para Alice, que era muito bom que vomitasse bastante, assim se livrava de ter que passar uma sonda e sofrer uma lavagem estomacal. Injetou algumas medicações na borracha do soro e depois sentou-se ao lado da moça, que agradeceu a sua atenção.

           O cão vomitou muito, uma baba amarela. Renato disse que era quase certo que Platão comera o sapo. Depois de duas horas e com a visível melhora do cão ele dispensou a moça, dizendo que voltasse pela manhã para ver se poderia dar alta ao animal.

Platão ficara internado na clínica para ser hidratado e se recuperar do agravo sofrido. Alice ficara impressionada com o atendimento dado ao seu cão.   
    
- Renato fora maravilhoso, dissera para sua mãe.

E, com a recuperação do animal ela não tinha mais nada que fazer na clínica. No entanto, o veterinário não saia da cabeça da moça, andava ansiosa para vê-lo. Depois de alguns dias, ela o encontrou na padaria e ele sorriu para ela. Ela se aproximou e após algumas perguntas sobre o cachorro, ele a convidou para sair no sábado.

– Poderiam jantar e depois dançar, disse o rapaz persuasivo.

 Alice concordou sorrindo, era o que mais desejava.

 Um texto de Eva Ibrahim
MEU MUNDO REINVENTADO.

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