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sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

"HOJE, NA SOLIDÃO, AINDA CUSTO A ENTENDER COMO O AMOR FOI TÃO INJUSTO, PRA QUEM SÓ LHE FOI DEDICAÇÃO". CHICO BUARQUE - VOCÊ NUNCA SABE A FORÇA QUE TEM. EVA IBRAHIM.

VIVENDO NA ESCURIDÃO

CAPÍTULO CINCO.
            A depressão tomou conta da puérpera, rejeitava a pequena Luana e se desentendia com o marido quando ele a procurava para conversar. Selma, a mãe de Celi, se mudara para a casa da filha, pois a neta precisava de cuidados que a mãe, em sua insanidade, não poderia dar.

Luana estava crescendo e já tinha a aparência de um bebê saudável. A menina estava com cinco meses, era pequena para sua idade, entretanto, já respondia as brincadeiras dando pequenos gritinhos e sorrisos. Tinha belos olhos escuros, que sobressaiam em sua pele alva. Era uma criança miúda e muito bonita.

No entanto, Celi estava vivendo seus piores dias; num mundo escuro e sem saída. Um sintoma particularmente importante de depressão é pensar na morte e suicídio, ou até mesmo prejudicar o bebê com agressões, que podem ser fatais. A avó não deixava Luana com a mãe por temer algum ato intempestivo contra a pequena criança.

A moça estava recebendo tratamento em uma clínica especializada, porém não apresentava melhoras, vivia trancada no quarto. Tornara-se uma pessoa desmazelada, agressiva e arredia, vivia em um mundo fora da realidade; não queria ver ninguém.

Certo dia, Celi não se levantou no horário de costume e sua mãe foi acordá-la, porém, ela estava desmaiada, não respondia aos chamados; parecia dopada. Então, Selma desesperada saiu pedindo ajuda. O vizinho chamou a ambulância para leva-la ao Hospital, onde ficou internada. O médico disse que ela havia tomado uma carga excessiva de medicamentos.

 Depois de uma semana tivera alta para sua casa. Na verdade ela tentara contra a própria vida, não conseguira o intento porque fora encontrada a tempo de ser socorrida. O médico foi categórico ao afirmar que foi tentativa de suicídio e, que os medicamentos não estavam controlando sua doença. Foi necessário fazer lavagem estomacal para que ela tivesse uma chance de sobrevivência.

Foi realizada nova carga de exames e receitados novos medicamentos. Depois de alguns dias, Celi parecia estar melhor, até pegou a Luana no colo e brincou com ela; estava bem disposta. Samuel ficou contente, com a mudança dos medicamentos, provavelmente, ela teria uma melhora no seu estado geral. Então, ele estava com esperança de ter sua esposa de volta. 
           
Celi era uma jovem alegre e brincalhona e Samuel se apaixonara por ela logo de cara. E, com o tempo, ela também foi conquistada por ele. O casamento foi uma união de dois corações apaixonados. No entanto, durou muito pouco, pensava Samuel. Logo nasceu Luana com todos aqueles problemas e sua esposa caiu em depressão. O rapaz suspirou fundo, queria sua amada com saúde e alegre como antes; sentia-se injustiçado pela vida. Ele também estava sem rumo.
Um texto de Eva Ibrahim.
Continua na próxima semana.


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