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sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

"NUNCA DESPREZE PESSOAS DEPRIMIDAS. A DEPRESSÃO É O ÚLTIMO ESTÁGIO DA DOR HUMANA". AUGUSTO CURY. - AMOR É O REMÉDIO QUE CURA A MAIORIA DAS DORES. EVA IBRAHIM

   CORRIDA LOUCA
                              CAPÍTULO SETE
         Celi estava de camisola e visivelmente transtornada; ele pediu para ela parar, tentou pegar o volante, porém ela tocava em frente. Estava determinada a seguir pela estrada principal, onde havia muito movimento. Não queria ouvir o que seu marido dizia e, demonstrando nervoso pisava ainda mais no acelerador. Samuel tentou acalmá-la, quem sabe ela pararia o automóvel sem resistência; no entanto ela não respondia e agarrada ao volante não prestava atenção ao que o marido dizia.

Estava a mais de 120 quilômetros por hora e numa tentativa louca Samuel tentou pegar o volante e, ela derrapou, quase tombou na ribanceira, foi por muito pouco que ela conseguiu retornar à estrada. O rapaz começou a temer pela própria vida, sua esposa estava enlouquecida. Procurou o celular, porém, havia deixado em casa; ele estava dormindo quando, assustado saiu atrás da mulher e não pensou em nada.

 Celi não desistia e imprimia mais velocidade ao veículo e o marido rezando se agarrava ao pegador. Temia pela sua e pela vida dela também, ela iria provocar um acidente e se ele pegasse o volante corria o risco de capotar o veículo.

A pequena Luana ficaria sem o pai e sem a mãe; seus pensamentos eram terríveis e obscuros. Não poderia ser verdade, ele estava refém da loucura de sua mulher. Samuel estava pálido e não sabia o que fazer para mudar a situação, no entanto ele sabia que precisava tomar uma atitude.

Era muito jovem para morrer e bruscamente puxou o volante para ela entrar em uma estrada vicinal; ali a velocidade teria que diminuir, pois a estrada era de chão de terra batida e esburacada.

 Celi se assustou e com o veículo desgovernado, atropelou um cachorro que caminhava pelo acostamento. Ziguezagueando o automóvel entrou no mato atingindo uma árvore. A batida violenta arrancou parte do tronco da árvore. Samuel bateu com a cabeça no vidro da frente do veículo e meio atordoado abriu os olhos; estava vivo, apesar do sangue que escorria de um ferimento na testa.

Depois de um momento de confusão, olhou para o lado viu sua esposa debruçada por sobre o volante; Celi estava inerte. Ele ficou preso nas ferragens e suas pernas sangravam; ele não conseguia movê-las. Quando ouviu o barulho de um automóvel parando na estrada e logo a seguir vozes, ele desfaleceu; estava atordoado e com muita dor nas pernas.

Um texto de Eva Ibrahim.

Continua na próxima semana.
MEU MUNDO REINVENTADO.

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