SIMPLESMENTE O AMOR
CAPÍTULO
SEIS
Os pais de Alice, suas primas e amigas
fizeram uma verdadeira campanha em prol do casamento da moça. Todos os dias
alguém a estava incentivando e mostrando revistas relacionadas a casamentos;
Igrejas enfeitadas, salões de festas e viagens de lua de mel. Com tanta pressão
Alice acabou concordando.
– Quero me casar com Renato, apesar da
minha perna não estar completamente curada. Concluiu a moça preocupada.
Os preparativos para o
casamento foram iniciados e após um mês já estavam adiantados. O vestido de
noiva estava sendo confeccionado do jeito que Alice queria; com bastante volume
nas saias para esconder a cicatriz, que havia em sua coxa. Ela se preocupava
muito com a perna, que ainda puxava um pouco ao andar. O braço já não a incomodava
muito, estava quase perfeito.
Renato a abraçava e dizia que
estava tudo certo, nada o separaria dela; aquela cicatriz os aproximava ainda
mais. Ele amava aquela mulher de qualquer jeito; não importava se ela tinha
cicatriz ou não. Alice fazia fisioterapia para melhorar a postura e eliminar a
pequena diferença que apresentava ao andar.
Desde que ocorrera o acidente, a
moça passou a mancar com a perna suturada.
- Ela encontrou uma forma de
proteção da perna ferida, desenvolveu involuntariamente uma defesa. Explicou o
médico ao indicar a fisioterapia. Ela tinha medo que a sutura abrisse ou
demorasse mais para sarar, então poupava aquela perna.
Por diversas vezes Renato tocou
no assunto, queria que ela se abrisse com ele, no entanto ela se esquivava. Não
queria falar sobre coisas passadas, estava cansada e saia de fininho. No
entanto, o trauma sofrido deixava uma nuvem em seu olhar toda vez que alguém tocava
no assunto do casamento, todos podiam perceber.
Fazia seis meses que ocorrera o
acidente e ainda estava vivo na lembrança de Alice. Ela perdia o sono e ficava
chorando a noite toda, sua mãe ficava muito preocupada. Foi, então, encaminhada
a um psicólogo e posteriormente ao psiquiatra, para ser medicada com calmantes
controlados para dormir.
-
Ela precisa desse suporte para descansar e voltar à normalidade, dizia o médico
psiquiatra para os pais de moça.
Foi assim que em quatro meses a
moça se recuperou emocionalmente. Estava mais alegre e aceitando tranquilamente
fazer planos para seu casamento com Renato. Os dois se amavam e já era hora de
viver o futuro planejado.
O novo casal foi escolher a igreja,
o local da recepção e todos os detalhes para a festa acontecer. Em pouco tempo
estava tudo pronto, os convites, a igreja, o salão de festas, a casa onde iriam
morar e principalmente, o amor continuava vivo entre eles.
Um
texto de Eva Ibrahim