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quarta-feira, 10 de junho de 2020

BANDA "ROUPA NOVA" "VOLTA PRA MIM" AMANHECI SOZINHO, NA CAMA UM VAZIO, MEU CORAÇÃO QUE SE FOI. SEM DIZER SE VOLTAVA DEPOIS. SOFRIMENTO MEU, NÃO VOU AGUENTAR. SE A MULHER QUE EU NASCI PRA VIVER, NÃO ME QUER MAIS" "(...).CANTORES: CONJUNTO "ROUPA NOVA" COMPOSITORES: CLEBERSON HORSTH VIEIRA DE GOUVEIA/ RICARDO GEORGES FEGHALI"

UM DIA DE CADA VEZ

CAPÍTULO SETE
             Alana estava melhorando, mas era visível o cansaço que apresentava ao falar. O médico explicou, que o pulmão da paciente fora severamente comprometido e sua regeneração seria lenta. Poderia demorar meses, para ela voltar a viver normalmente.

                 O caso de Alana fora um dos mais graves acolhidos naquele hospital, então, deveriam ter paciência. Ela estava desenganada, quando reagiu inesperadamente; era um milagre estar viva. Falou e olhou para cima, queria agradecer a Deus.

             Depois, o médico continuou explicando, parecia comovido.

           - A paciente ainda ficará algum tempo no hospital. Precisa tomar antibióticos para combater a pneumonia e receber a fisioterapia respiratória e muscular. Suspirou e, por um momento, parecia pensar no que diria a seguir, depois prosseguiu:

               - Qualquer paciente que fica deitado por mais de quarenta e oito horas, começa a perder o tônus muscular. O corpo humano foi projetado para estar em constante movimento, se ficar parado perde a higidez física.

            - Assim, uma paciente que ficou por duas semanas internada e entubada por dez dias, necessita de fisioterapia passiva desde os primeiros dias, ou perderá a força muscular, que é tão necessária para sua recuperação.

           - No entanto, em tempos de pandemia é impossível atender a todos os pacientes com esses cuidados complementares. Focamos em mantê-los vivos e nem sempre obtemos êxito. Se sobrevivem, então pensamos em sua recuperação motora.

             Em seguida se afastou, havia muitos pacientes que precisavam dele.

            No dia seguinte, Saulo chegou para visitar sua esposa e a encontrou dormindo. Imediatamente ficou preocupado.

           - Será que ela piorou? Está pálida e respira dentro da máscara de oxigênio, parece enfraquecida. Com esses pensamentos o homem procurou a enfermeira.

              – O que está acontecendo? Alana piorou? Perguntou assustado.

            – Não, ela está debilitada, por isso precisa dormir bastante, para recuperar suas forças. Respondeu a mulher, prestativa. Depois continuou:

               - A paciente precisa de assistência especializada para se recuperar. Fisioterapia para fortalecer a musculatura e voltar a ter os movimentos dos membros ativos. No momento, ela não consegue ficar em pé ou pentear os cabelos.

            - A assistência aqui no hospital é a melhor possível, mas insuficiente. O senhor deverá contratar um profissional, para acompanha-la diariamente. Esperamos que reaja e tenha grandes progressos, uma vez que é jovem. A recuperação pode ser longa e demorada; Alana deverá viver um dia de cada vez.

Os dias foram passando e a paciente ganhando forças para se recuperar. O marido esteve ao seu lado no hospital, todos os dias, para lhe dar apoio e acompanhar sua recuperação. Quando completou vinte e cinco dias de internação, a moça recebeu alta.

  A situação era boa, mas carecia de acompanhamento, ela dava alguns passos dentro do quarto, usava um andador. Não tinha o equilíbrio suficiente para se manter em pé. Sabia que faltava muito, para voltar a ser o que era antes.

Saulo recebeu a notícia e ficou muito feliz. Saiu cedo para buscar sua esposa. Estava aguardando no corredor quando ela apareceu de cadeira de rodas; foi emocionante. Os funcionários, os enfermeiros e os médicos fizeram um cordão dos dois lados do corredor, enquanto ela passava, todos, batiam palmas e cantavam, para homenagear a paciente recuperada.

O marido chegou as lágrimas, sua esposa estava de volta para sua família. Intimamente agradeceu a Deus pela sua felicidade.  Chegando em casa, onde já estava tudo preparado para recebê-la e a Vanda a sua espera, Alana se emocionou.

Mais tarde, Saulo foi buscar as filhas para ver a mãe. Ficariam mais algum tempo com a tia, pois a mãe deveria descansar. O quarto fora adaptado com umidificador, oxigênio, bombinha para inibir a falta de ar e mais uma porção de remédios, que a paciente poderia precisar. Deveria permanecer isolada para sua proteção, pois estava enfraquecida e poderia piorar em contato com outras pessoas.

 As meninas viram a mãe da porta do quarto e depois voltaram para a casa da tia. A mãe falava com dificuldade e tossia entre as falas, cansava-se facilmente e sempre recorria à bombinha para asma. Ali, em sua casa começaria sua recuperação de vida, depois de uma quase morte.

Precisava fortalecer o corpo e alimentar a alma, que estava fragilizada, mas isso se daria batalhando um dia de cada vez.

Um texto de Eva Ibrahim Sousa.

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