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sexta-feira, 25 de julho de 2014

"A VIDA SÓ É VIDA QUANDO É VIVIDA POR DUAS VIDAS EM UMA SÓ VIDA." AUTOR DESCONHECIDO---QUE HAJA LUZ, NESTE DIA, DENTRO DOS SEUS CORAÇÕES." EVA IBRAHIM

O CASAMENTO 
DE 
SANDRO E CELINA.

                                                                 CAPÍTULO ONZE
       Depois de seis meses e com a casa reformada, estava tudo pronto para o casamento de Sandro e Celina. O casal de noivos vivia um conto de fadas, estava tudo perfeito. A Igreja do padre Guima, que já não estava mais lá, fora se encontrar com Deus, estava inteira florida de branco e amarelo.

       O novo pároco era o padre Bento, que realizaria o casamento com muito gosto, dissera, quando soube que o casal era cego. O padre Bento era novo e bem intencionado, ficou feliz em realizar o casamento de um paroquiano que o padre Guima estimava muito. Foi o velho pároco que lhe contara a história triste da cegueira de Sandro e o empenho da mãe em seu desenvolvimento e inserção na sociedade. Gilda não media esforços para levar o filho à escola e as aulas de música, era o motivo de vida para ela.

       Gilda convidou alguns parentes que não via desde o acidente de Sandro; na época muitos se afastaram criticando e condenando a pobre mãe. Seria uma satisfação apresentar seu filho em uma situação de grande felicidade. Alguns confirmaram presença; a maioria queria satisfazer sua curiosidade em relação ao casal de cegos. Entre os convidados estavam os amigos de Sandro e de Celina, alguns conhecidos de Gilda e de Sofia e os parentes das duas famílias.

      Sandro estava vestido impecavelmente com seu terno preto; ele se postara entre os padrinhos, no altar da Igreja, que estava toda decorada com flores brancas e amarelas. Quando foi aberta a porta central, a Igreja foi tomada pela música tocada e cantada pelo coro da paróquia. Celina escolheu a canção “Ave Maria” para sua entrada na igreja. O noivo se mantinha impassível esperando a presença da noiva no altar.

      Celina entrou acompanhada de seu pai, seguindo lentamente rumo ao altar. Enquanto isso, Sandro escutava seus passos, eram leves e macios, porém, ele tinha o ouvido aguçado e o que passava despercebido para as outras pessoas, para ele era nítido. E, quando ela se aproximou ele desceu os degraus do altar para recebê-la das mãos de seu sogro, sem ajuda de ninguém.

       Nesse momento Gilda, olhando para os convidados, viu entre eles Dora, a mulher negra, que a amparou no dia do acidente de Sandro. Seu primeiro impulso foi correr até ela, entretanto, não poderia deixar o altar, pois, o casamento iria começar. Quando ela sentiu que poderia sair dali, não encontrou mais o rosto tão conhecido; a mulher sumiu. Ela tinha certeza de que Dora viera para assistir a cerimônia de casamento de Sandro. Em seu íntimo sentiu uma sensação de segurança; Deus nunca a abandonara.

       O casal ouvia atentamente a explanação que padre Bento fazia sobre o sucesso de uma vida a dois. Depois, foi iniciado o ritual da cerimônia de compromisso entre os nubentes. Quando o padre disse:
-“Estão casados, pode beijar a noiva”.
       Sandro beijou Celina com todo amor do mundo. Formavam a figura da própria felicidade; depois seguiram de braços dados até a porta de entrada da Igreja. Ali, no topo da escadaria, o casal receberia os cumprimentos dos convidados. Gilda e Sofia choraram abraçadas com o sentimento de vitória no coração. Elas cumpriram à missão de fazer de Sandro um homem forte e feliz.

       A festa foi realizada no Salão Paroquial e lá pelas tantas o casal saiu de fininho com a ajuda do irmão de Celina, que os levou até o Hotel reservado para a noite de núpcias. 

Gilda sabia que de onde Danilo estivesse, presente ali no casamento ou lá no céu e se pudesse vê-los, ele estaria feliz, pois, amava o filho. Ela também sentia a falta do marido, foi o único homem que amara em sua vida; naquele momento a solidão lhe pareceu pesada e triste.
Um texto de Eva Ibrahim.
Continua na próxima semana
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